Na vitória fora de casa contra o Bahia, Zé Ricardo mostrou pela primeira vez o seu esquema de jogo preferido, o 4-2-3-1. Depois de mais de dois anos sob o comando de Odair Hellmann, o Inter havia se acostumado a atuar no 4-1-4-1, com algumas pequenas variações para o 4-3-2-1. A mudança estrutural passa principalmente pelo meio de campo, mais precisamente nos volantes.
O tripé, por ora, foi extinto. Rodrigo Lindoso, Edenilson e Patrick (titulares até então) só devem atuar juntos em situações emergenciais a partir de agora. Contra o Athletico-PR , nesta quinta-feira (31), Patrick é quem vai para o banco, podendo até ser alternativa na lateral-esquerda. Edenilson passará a ter funções mais defensivas.
— A mudança do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1 implica movimentos diferentes. Edenilson aparecerá menos pelos lados, infiltrando. Será volante, e não meia. Mas ele pode ir bem na função. Teve erros individuais graves nos momentos decisivos, mas isso é do esporte. Taticamente, tem também o passe curto, além da ultrapassagem. E sabe defender, além de apoiar — destacou o comentarista de GaúchaZH Diogo Olivier.
Com o antigo esquema, o volante colorado chegou a estar na mira da Seleção Brasileira até que uma lesão o atrapalhasse às vésperas de uma convocação. No cenário atual, ele passa jogar mais recuado, atrás do trio Guilherme Parede, D'Alessandro e Wellington Silva.
— O Inter tem de tomar cuidado para não tentar resolver um problema criando outro. A melhora do time do Odair foi a utilização não do tripé, mas na saída pelas pontas deste trio. Quando se recua o Edenilson, você resolve o problema que é o de poucos homens atrás da linha da bola. Mas você perder o Edenilson, que é o melhor do trio no ataque, é um desperdício. O Inter pode ganhar, e já venceu o Bahia, com o Edenilson mais para trás, mas não pode colocar "uma bola de ferro" no pé dele. De vez em quando, ele tem que poder dar as suas arrancadas e aparecer como elemento surpresa. Vem um Gre-Nal agora, e um dos Gre-Nais que o Inter ganhou foi com ele aparecendo como elemento surpresa – analisou Sérgio Xavier Filho, comentarista dos canais SporTV.