A má notícia para os colorados, no jogo de ida das finais da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada: o Inter perdeu. A boa notícia para os colorados: foi só por 1 a 0. Apesar do revés, em uma partida dura como se esperava, o Colorado precisa devolver o placar no dia 18 no Beira-Rio, a fim de levar a decisão para os pênaltis, ou ganhar por dois gols de diferença para ser campeão nos 90 minutos.
Na Copa do Brasil não há o saldo qualificado. Se depender de mística, em 1992, quando do título colorado, o Inter perdeu na ida para o Fluminense por 2 a 1. No Beira-Rio, vitória por 1 a 0, quando gol fora de casa valia o dobro.
Os primeiros minutos em Curitiba foram de pressão, tensão e pânico para a defesa do Inter. Pelos lados, pelo meio, por cima, por baixo, em escanteio. A Baixada havia se transformado em um pequeno inferno colorado.
Os donos da casa pareciam ter erguido um paredão invisível no meio-campo, um campo de força, de onde o Inter sequer se atrevia a se aproximar. Tanto é assim, com menos de 15 minutos, o Athletico já havia chegado com perigo pelo menos cinco vezes à área colorada. Refresco mesmo o Inter conseguiu apenas quando Marcelo Lomba e, depois, Paolo Guerrero, foram ao chão em faltas e tiveram tempo para respirar.
Aos 21 minutos, a primeira chegada do Inter. E isso que nem foi perigosa porque Nico recebeu de Edenilson e bateu fraco, nas mãos do goleiro Santos. Aos poucos, a pressão do Athletico começou a entrar em um ritmo mais lento (ou melhor, menos corrido), e o Inter cresceu. Aos 26 minutos, um pedido de VAR por suposta mão do ex-Inter Wellington Martins na área, o que não ocorreu.
A equipe de Odair Hellmann ao menos começava uma suave tentativa de agredir os donos da casa, enquanto que o tempo era consumido segundo a segundo - tudo o que o Inter desejava. Em seguida, um momento dramático, com cara de final. No choque argentino, Marco Ruben cabeceou a testa de Víctor Cuesta, cortando o rosto do colorado, logo abaixo do olho esquerdo. Atendido e enfaixado, Cuesta voltou a campo.
Nico López quase se aproveitou da juventude do zagueiro Robson Bambu e, num contra-ataque, por pouco não venceu o marcador e conseguiu concluir a gol. E esse foi um raro contragolpe colorado, que recuava, mas que não pressionava o Athletico e, assim, não conseguia tomar a bola. Mas deixava o relógio correr - e parecia muito satisfeito com isso.
O primeiro tempo chegou ao final com parte da missão colorada cumprida: empate em 0 a 0. Apesar da pressão inicial dos donos da casa, Lomba não precisou fazer nenhuma defesa, apenas intervenções. Porém, o passado recente denotava a necessidade de o Inter retornar para a etapa final atento a todos os detalhes.
Na segunda etapa, nada muito diferente do início do jogo: Inter atrás, Athletico em cima. A diferença foi que os colorados conseguiram reagir mais rápido. Patrick, aos quatro minutos, chutou na rede, pelo lado de fora. Mas Edenilson se soltou, e não demorou para que ele quase marcasse. Bateu cruzado, a bola desviou em Léo Pereira, tirou Santos do lance, mas foi para fora.
Quando o relógio quase virava para a marca dos 12 minutos, Thonny Anderson foi a campo no lugar de Léo Cittadini. O tudo ou nada do Athletico começava cedo. E deu certo. Com menos de 50 segundos em campo, o Athletico foi para cima, Marco Ruben tabelou com Bruno Guimarães, no único lance em que Moledo foi vencido, e Guimarães bateu cruzado, na saída de Marcelo Lomba.
Com o 1 a 0, o Athletico então passou a buscar o segundo gol. E seguiu em cima do Inter. Odair Hellmann tentou responder com Wellington Silva, que entrou no lugar de Nico López. Mas foram os donos da casa que quase ampliaram. Rony fez fila na defesa e bateu. Ele já sonhava correr para comemorar o gol, quando a mão direita de Lomba impediu que a bola entrasse. Um pequeno milagre.
O Inter tentava reagir e, por pouco, não empatou após cruzamento na pequena área o quase gol contra do volante Wellington Martins. Em seguida, D'Alessandro percebeu Santos adiantado e fora do lugar, bateu por cobertura, mas o goleiro com nome de time conseguiu se recuperar a tempo e defender.
Apesar do esforço colorado nos minutos finais, a equipe não teve forças para empatar. Mas conseguiu evitar um catastrófico 2 a 0. O Inter sai de Curitiba ferido, mas ainda bem vivo para a dramática decisão no Beira-Rio.
Copa do Brasil — Final (ida) — 11/9/2019
ATHLETICO-PR 1
Santos; Khellven, Léo Pereira, Robson Bambu e Márcio Azevedo; Wellington Martins, Bruno Guimarães, Léo Cittadini (Thonny Anderson, 11'/2°T), Nikão e Rony (Lucho Gonzáles, 35'/2°T); Marco Ruben (Marcelo Cirino, 21'/2°T). Técnico: Tiago Nunes
INTER 0
Marcelo Lomba; Bruno, Rodrigo Moledo, Víctor Cuesta e Uendel; Rodrigo Lindoso, Edenilson (Nonato, 28'/2°T), Patrick, D'Alessandro (Rafael Sobis, 37'/2°T) e Nico López (Wellington Silva, 18'/2°T); Paolo Guerrero. Técnico: Odair Hellmann
GOLS: Bruno Guimarães (A), aos 12min do segundo tempo
CARTÕES AMARELOS: Nikão, Wellington Martins e Khellven (A)
Arbitragem: Raphael Claus (SP), auxiliado por Rodrigo Henrique Corrêa (RJ) e Neuza Inês Back (SP)
VAR: Rodrigo Ferreira do Amaral (SP)
PÚBLICO: 39.772 torcedores
RENDA: R$ 2.685.790
Próximo jogo — Domingo, 15/9 — 11h
Atlético-MG x Inter
Arena Independência — Brasileirão