Para a sorte do Inter, o clássico com o Corinthians, no Beira-Rio, foi válido pelo Campeonato Brasileiro, e não por uma das copas. O empate em 0 a 0 foi um mau resultado para quem sonhava retomar uma cadeira no G-6 do Brasileirão. Diante de um time com forte marcação, o Inter não encontrou soluções para vencer a defesa paulista.
Com a semana livre de jogos, o Inter voltará a campo (com suplentes) no sábado (17), diante do Fortaleza, na Arena Castelão. Tudo porque, no dia 21, o Inter retomará a Libertadores, com um clássico do tamanho do Brasil diante do Flamengo, no Maracanã.
— Vou para casa como Guardiola. Fui de retranqueiro a Guardiola — brincou o técnico do Inter, Odair Hellmann, ao final de sua entrevista pós-jogo, quando questionado sobre o fato de ter encerrado a partida diante do Corinthians tendo sacado volantes para colocar jogadores mais ofensivo em campo. — Não é questão de retranqueiro ou ofensivo, é uma questão de visualizar as características do grupo — disse Odair, ao comentar o empate.
O treinador colorado elogiou a postura de jogo do Corinthians, lembrou da dificuldade que foi para o Inter chegar ao gol, mas afirmou ter gostado da ideia de começar o clássico com Rafael Sobis no lugar de Nico López, ainda que tenha se negado a assegurar a manutenção do camisa 23 como titular.
— A ideia do Sobis funcionou bem. Agora, a decisão de continuidade ou não vai ser na sequência. É difícil construir. Vamos tentar recuperar os jogadores para os próximos jogos, uma vez que teremos a semana para treinar. Talvez a gente não consiga recuperar todos — alertou o treinador, temendo ficar sem Edenilson para a partida contra o Flamengo e seguir sem Rodrigo Dourado – cuja previsão de retorno aos gramados segue indefinida. — Edenilson é um jogador importante na nossa ideia de jogo, pois ele é um meia que pisa na área, faz a chegada de trás, faz a transição. Tínhamos jogadores com característica de posse de bola, mas precisávamos dessa infiltração — acrescentou.
Questionado sobre a principal troca de treinador do fim de semana, com Rogério Ceni deixando o Fortaleza (adversário do Inter neste sábado) e indo para o Cruzeiro (adversário do Inter na semifinal da Copa do Brasil), Odair respondeu:
— O Fortaleza está muito bem definido com a sua ideia de jogo, e essa ideia não vai se desconstruir em cinco dias. Conheço bem o Rogério, fizemos juntos o curso da CBF, e a gente se comunica. Ele vai tentar fazer o mesmo trabalho no Cruzeiro que fez no Fortaleza. Independente de Rogério ou se ainda fosse o Mano Menezes, será difícil igual de se enfrentar o Cruzeiro.
Além da preocupação com as etapas finais das copas, o Inter passa a conviver também com o drama de um possível convocação de Paolo Guerrero. Os jogos amistosos do Peru contra Equador e Brasil, ambos nos Estados Unidos, ocorrerão nos dias 5 e 10 de setembro. Dessa maneira, caso chamado e não desconvocado, Guerrero estaria fora do jogo da volta contra o Cruzeiro, e também de uma eventual partida de ida pelas finais da Copa do Brasil, marcada para 11 de setembro. O Inter tenta junto à Federação Peruana de Futebol a manutenção do camisa 9 em Porto Alegre.
— Trabalhamos em todas as frentes nessa situação. Esperamos que haja bom senso de todos os lados — comentou o vice de futebol do Inter, Roberto Melo, a respeito da "Questão Guerrero". — O bom senso primeiro tem de ser de quem faz o calendário. Mas o Inter acreditou no jogador e ele vem correspondendo. Temos muita esperança de que todas as partes tenham bom senso para que ele esteja jogando essas partidas importantes com a gente — finalizou o dirigente.
Ao deixar o campo, Guerrero foi questionado sobre se pedirá a desconvocação. E respondeu:
— Estamos vendo, estamos vendo com os dirigentes. Vamos ver como isso se resolve.
A partir de agora, mesmo com o Brasileirão se avizinhando de novo no sábado, o foco segue nas copas, Libertadores e do Brasil, e em suas semanas decisivas.