Depois de ter vencido o jogo de ida, em Montevidéu, o Inter trouxe para o Beira-Rio uma boa vantagem. Pode até mesmo empatar com o Nacional-URU que avançará às quartas de final da Libertadores. Claro que, para garantir uma classificação sem grandes sustos, o melhor é não deixar o adversário balançar as redes. E, no que depender do retrospecto recente, o torcedor pode assistir ao jogo desta quarta-feira (31) confiante.
Ao longo de 2019, a zaga do Inter passou ilesa em 19 dos 40 jogos da temporada. Em 11 deles, Rodrigo Moledo e Víctor Cuesta estiveram juntos em campo. Nas últimas seis partidas disputadas após a Copa América, o time de Odair Hellmann não sofreu gols em metade deles. Além disso, com a zaga titular, foi vazado apenas uma única vez — contra o Palmeiras, em São Paulo, pela Copa do Brasil.
Assim, a equipe completou quatro duelos sem sofrer gols nesta Libertadores. Estes números, por exemplo, superam a campanha vitoriosa de 2006, quando os comandados de Abel Braga completaram três partidas sem sofrer gols até o mesmo período.
— São dois monstros da zaga. Fora que o Moledo sempre joga muito concentrado. Lembra a mim, pela garra e concentração. Entra sempre muito focado — avalia o zagueiro Índio, bicampeão da América com a camisa colorada, elogiando principalmente Moledo, que completará sua 150ª jornada pelo Inter diante dos uruguaios.
Ele não é o único a ver semelhanças na dupla Moledo e Cuesta com Índio e Fabiano Eller. O ex-lateral Ceará, no entanto, também destaca a importância dos demais componentes, como o goleiro Marcelo Lomba.
— O comprometimento coletivo é um ingrediente fundamental para que haja uma sequência sem gols. Começa pelos atacantes e meias. E o sistema defensivo que, além dos zagueiros, é composto pelos laterais e o goleiro, que também precisa fazer boas defesas — comenta o ex-lateral.
Aliás, o depoimento de Ceará é importante. Para cumprir o maior desafio de sua carreira e parar Ronaldinho na final do Mundial de Clubes há 13 anos, o lateral contou com o auxílio de três homens de meio-campo: Edinho, Wellington Monteiro e Alex. Mais um motivo que lhe faz ver pontos em comum com a equipe atual.
— No futebol moderno, é necessário se defender bem. E quando você povoa o meio-campo com atletas que sabem também jogar, isso é positivo. Não dá para considerar o Alex, por exemplo, um volante. Era um meia e muito habilidoso que muito nos ajudou com a sua canhotinha. Hoje vemos o Patrick, muito intenso e que chuta bem, e o próprio Edenilson, que faz uma grande diferença com sua intensidade, e conseguimos traçar um paralelo. Mas o time de 2006 já deixou a sua história e o de 2019 ainda está buscando isso. Espero que o final seja semelhante também — conclui Ceará.
Para seguir sonhando em trilhar os mesmos passos daquela geração, o Inter viverá um novo capítulo de sua história. Para tanto, basta que sua defesa passe intacta pela 20ª vez no ano.
Confira os jogos em que o Inter não sofreu gols na temporada:
- São Luiz 0x1 Inter (dupla de zaga: Roberto e Klaus) — Gauchão
- Inter 1x0 Brasil-Pel (Moledo e Cuesta) — Gauchão
- Avenida 0x1 Inter (Moledo e Cuesta) — Gauchão
- Palestino 0x1 Inter (Moledo e Cuesta) — Libertadores
- Inter 2x0 Aimoré (Roberto e Emerson Santos) — Gauchão
- Inter 2x0 Alianza Lima (Moledo e Cuesta) — Libertadores
- Inter 2x0 Novo Hamburgo (Moledo e Cuesta) — Gauchão
- Novo Hamburgo 0x2 Inter (Emerson Santos e Cuesta) — Gauchão
- Caxias 0x2 Inter (Roberto e Emerson Santos) — Gauchão
- Inter 0x0 Grêmio (Moledo e Cuesta) — Gauchão
- Grêmio 0x0 Inter (Moledo e Cuesta) — Gauchão
- Alianza Lima 0x1 Inter (Moledo e Cuesta) — Libertadores
- Inter 2x0 CSA (Moledo, depois Emerson, e Cuesta) — Brasileirão
- Santos 0x0 Inter (Emerson Santos e Cuesta) — Brasileirão
- Paysandu 0x1 Inter (Emerson Santos e Cuesta) — Copa do Brasil
- Inter 2x0 Avaí (Emerson Santos e Cuesta) — Brasileirão
- Inter 1x0 Palmeiras (Moledo e Cuesta) — Copa do Brasil
- Nacional 0x1 Inter (Moledo e Cuesta) — Libertadores
- Inter 1x0 Ceará (Klaus e Bruno Fuchs) — Brasileirão