No 450º jogo de D’Alessandro pelo Inter, a equipe de Odair Hellmann venceu o Bahia por 3 a 1, no Beira-Rio, e voltou a colar nos líderes do Campeonato Brasileiro. Lindoso – em um gol com polêmica até no VAR –, Sobis, e o "aniversariante" camisa 10 marcaram para os colorados. Agora, com o calendário em recesso devido à disputa da Copa América, o time volta a campo somente a partir de 10 de julho.
Porém, neste retorno, de cara enfrentará sua mais dura sequência na temporada, com sete jogos, quase todos decisivos, em apenas 15 dias: Palmeiras, na ida das quartas de final da Copa do Brasil, Athletico-PR, pelo Brasileirão, Palmeiras de novo, na volta da Copa do Brasil, Grêmio pelo Brasileiro, Nacional-URU, no começo das oitavas da Libertadores, Ceará, no Brasileirão, e mais uma vez o Nacional, na partida decisiva das oitavas do torneio continental.
Após a partida, o técnico Odair Hellmann comemorou a vitória e a noite marcante para D’Alessandro.
— Não é qualquer profissional que tem o tempo que ele tem de clube, que é tratado como ídolo como ele é. Há sempre um diálogo aberto e verdadeiro, uma conversa para usá-lo da melhor forma possível. D’Alessandro tem de pôr o talento dele dentro de uma ideia de jogo, pois não vai vencer sozinho. Isso é bom para todo mundo — explicou o treinador colorado.
O argentino também falou sobre o jogo, o triunfo e o seu primeiro gol na temporada.
— O importante é a vitória. Conseguir um triunfo antes da parada era fundamental para não ficarmos longe dos primeiros lugares. Pessoalmente, estou feliz por continuar fazendo história no clube. A palavra é agradecimento — disse D’Alessandro, que marcou o seu 92º gol pelo Inter e se tornou o quarto maior goleador estrangeiro do Brasileirão, com 40 bolas na rede.
Do lado baiano, muitas reclamações, principalmente com relação ao VAR. O presidente Guilherme Bellintani protestou contra a postura da arbitragem, que validou o primeiro gol do Inter pelo vídeo – mesmo que a imagem na TV sugerisse impedimento de Lindoso:
— Não acho que é caso de anulação (do resultado), mas o Bahia defende que o sistema seja aprimorado. Principalmente quem o opera. Se houve erro, que as pessoas sejam punidas.
A direção colorada entendeu o protesto baiano, como explicou o vice de futebol Roberto Melo.
— Lá atrás, na hora de votar o VAR, só um clube solicitou acesso aos áudios: o Inter. O Bahia tem todo direito de pedir isso. Estamos de acordo — disse o dirigente.
Goleiros falham feio
Antes do jogo, D’Alessandro foi homenageado pela direção, com direito a placa e camisa comemorativa à histórica marca. Com a bola rolando, o Inter demorou um pouco até se sentir confortável. Após duas jogadas mais agudas do Bahia no ataque, o Inter reagiu. Em lance bem trabalhado, Zeca cruzou e Sobis cabeceou para a pequena área, onde Lindoso se jogou contra a bola para marcar o gol. Inicialmente, o árbitro anulou o lance por impedimento do volante. Quatro minutos e um VAR depois, a decisão foi revertida: Inter 1 a 0.
Indignado com a confirmação do gol, o Bahia partiu em busca do empate, mas passou a conceder espaços mais generosos na defesa. O goleiro Douglas salvou os baianos: nos acréscimos, defendeu uma pancada de Sobis e, no rebote, pegou outro chute forte de Nico.
Na segunda etapa, o Inter tentou definir logo o jogo. Foi para cima e criou boas chances. Aos 16 minutos, em contra-ataque puxado por D’Alessandro, Sobis pegou a sobra bateu de cima para baixo. A bola quicou, subiu, e Douglas aceitou um dos grandes frangos do Brasileiro. Era o segundo gol colorado.
Com um escore minimamente seguro, o Inter passou a administrar a partida. Porém, aos 32 minutos, após um balão para a área vermelha, Lomba devolveu a falha de Douglas e Arthur passou para Fernandão descontar.
Mas não demorou para Patrick, que entrou no lugar de Lindoso, fazer boa jogada pela esquerda e encontrar o "aniversariante" da noite. D’Alessandro bateu forte, no ângulo, e fechou a partida. Apesar do susto, o Inter fez 3 a 1 e voltou a vencer antes da folga no Brasileirão.