Marcelo Lomba, Zeca, Moledo, Cuesta, Iago, Dourado, Edenilson, Patrick, Nico López e Guerrero. De torcedores a analistas, não há dúvida de que, sob contestação ou não, os 10 jogadores citados na frase anterior são integrantes do time principal do Inter neste final de abril. A única vaga aberta tem uma série de concorrentes, de diferentes estilos e características, com três nomes largam na frente: Andrés D’Alessandro, William Pottker e Martín Sarrafiore.
Os dois primeiros foram titulares nos Gre-Nais que decidiram o Gauchão. O camisa 10 foi inclusive o capitão da partida de ida, 0 a 0 no Beira-Rio, e o ex-jogador da Ponte Preta saiu jogando no jogo de volta, sendo substituído no intervalo do empate sem gols da Arena. Agora, os treinos antes da viagem colorada ao Peru indicam que o jovem argentino, trazido do Huracán, será o escolhido por Odair Hellmann para enfrentar o Alianza, nesta quarta-feira (24), 21h30min, no quinto jogo colorado na fase de grupos da Libertadores.
Sarrafiore executou a função de meia, partindo da direita para o meio, nas atividades feitas em Porto Alegre. Ele nem foi usado na Libertadores ainda e também não entrou em campo nos clássicos decisivos do Estadual, mas subiu de cotação na equipe. No Gauchão, entrou em campo em 10 partidas e, nos 378 minutos que atuou, marcou três gols. Esses números são, a rigor, aliados do jovem. Na comparação com seus principais concorrentes à vaga, tem índices superiores nas vezes em que deixou sua marca nas partidas. Nem Pottker nem D’Alessandro fizeram mais. Os dois, aliás, são superiores no números de assistências. E, ao mesmo tempo em que pode-se dizer que Sarrafiore obteve os resultados em partidas do Gauchão, também é verdade que quase sempre jogou com a equipe reserva, tendo poucas oportunidades com os titulares. Por isso, a partir de agora, o desafio é deixá-lo competitivo nos campeonatos mais difíceis.
— Falei com ele (Sarrafiore) para jogar solto, tranquilo. Todo mundo sabe da qualidade que ele tem, é muito inteligente, com troca de passe, chute de fora da área. Não é velocista, que puxa contra-ataque. Nosso estilo vai mudar um pouco, vamos tentar jogar mais com a bola no pé. É um campeonato diferente, grande. Ele só jogou no Gauchão até agora, mas tem total confiança nossa — comentou o capitão colorado, Rodrigo Dourado.
É justamente essa inexperiência que ainda deixa dúvidas sobre a participação do argentino já desde o início da partida. O narrador do SporTV Márcio Meneghini, que acompanhou Sarrafiore ao longo do Gauchão, sintetiza:
— Ainda não estou convencido de que ele está pronto pra ser titular absoluto. Acho que deve seguir recebendo chances pontuais de começar jogando e ir ganhando minutos durante as partidas, entrando no revezamento com os outros candidatos.
Por que deve jogar:
Sarrafiore — 3 gols, 0 assistência (10 jogos, 648 minutos)
Maurício Saraiva — comentarista do Grupo RBS: "Sarrafiore deve dar ao Inter retenção de bola, passe curto e chute de média distância. Não desfaz o tripé que sustenta o meio-campo de Odair e acrescenta qualidade técnica. Parece pronto para corresponder."
D'Alessandro — 0 gol, 1 assistência (11 jogos, 696 minutos)
Arilson — técnico, ex-meia do Inter: "Claro que o dia a dia conta e o Odair sabe melhor, mas vejo D’Alessandro titular do Inter. Não tem como abrir mão de tudo o que ele representa. É um armador de qualidade, tem experiência para as partidas grandes."
Pottker — 1 gol, 1 assistência (10 jogos, 378 minutos)
Gustavo Fogaça — analista tático, comentarista da Rádio Gaúcha — "O jeito mais eficiente do Inter é de forma reativa, com transições rápidas e imposição física. Dentro dessa ideia e na manutenção das dinâmicas de jogo, Pottker é quem melhor encaixa entre as três opções."