O gol no final do jogo deu ao Inter uma sensação de alívio. O empate que se ensaiava contra o Caxias, no Beira-Rio, certamente causaria um urro de vaias no estádio. Por isso, a vitória teve comemoração efusiva. Como diz com frequência Odair Hellmann, é melhor corrigir vencendo do que perdendo. E há o que corrigir, segundo o vice de futebol colorado, Roberto Melo.
— Sempre esperamos estar em um nível melhor. Nós podemos, e devemos, melhorar. Temos convicção de que chegaremos em um bom momento na estreia da Libertadores — afirmou o dirigente, que também comentou sobre as críticas dos torcedores ao treinador:
— Talvez tenha sido a primeira vez que houve a vaia, mas certamente não vai ser a última. Faz parte da carreira de um treinador ser vaiado. O torcedor é soberano. Ele tem direito se de manifestar, de aplaudir ou vaiar. A manifestação faz parte do futebol, desde que não tenha violência. Os grandes treinadores passam pelo o que Odair passou. A vaia é inerente à profissão.
O treinador falou sobre as vaias:
— Não foi a primeira nem vai ser a última vez. Só peço que me chamem de burro, mas deem moral para o jogador que está entrando.
Além das críticas, houve também elogios. Principalmente a Nonato. O jogador de 20 anos que veio do São Caetano para o Inter foi um dos personagens da partida, dando vida ao meio-campo, defensiva e ofensivamente. Para Odair, Nonato é um meia que pode atuar recuado e não um volante. O próprio jogador, porém, garantiu que pode atuar em qualquer função:
— Já joguei em todas as posições do meio, mais avançado ou recuado. Desde que cheguei aqui, aprendi a marcar — analisou Nonato, que completou: — Saí esgotado, todos viram. O Odair sabia que eu não jogava desde o ano passado. Sobre a vaia, é normal, a torcida às vezes não entende. Acredito que a gente fez uma boa partida. Fiquei satisfeito com minha participação no time. E foi na raça, aqui é Inter, até o final na batalha.
O substituto de Nonato, Patrick, acabou sendo o herói da vitória. O gol recuperou o jogador com o torcedor. Vaiado quando entrou em campo, alcançou a redenção ao marcar nos últimos minutos.
— O Patrick entrou bem no jogo e fez o gol. É um jogador que precisamos recuperar e vai ser importante. Ano passado, ele nos ajudou demais — resumiu Roberto Melo.
O Inter terá mais uma partida oficial antes de estrear na Libertadores. Domingo que vem, enfrenta o Avenida, em Santa Cruz do Sul, às 17h. Depois, para por 10 dias e viajará para o Chile ou para a Argentina para enfrentar Palestino ou Talleres (a disputa entre eles começa na quarta-feira). A equipe também deverá fazer um amistoso para não perder tanto ritmo de jogo no final de semana do Carnaval.
