Façanha. A palavra foi usada tanto pelo jornal La Nación quanto pelo El Mercurio, ambos do Chile, para ilustrar a classificação do Palestino, nos pênaltis, contra o Independiente Medellín, na Colômbia, na noite da última terça-feira (12). Agora, o time chileno aguarda pelo vencedor do confronto entre São Paulo e Talleres para alcançar o grupo do Inter na Libertadores. A partida entre os brasileiros e argentinos está marcada para as 21h30min desta quarta-feira (13). Acompanhe o jogo minuto a minuto em GZH.
"Quanto promete o Palestino, equipe com menos orçamento, mas com uma ideia de jogo muito claro? O "Tino" se coloca com os grandes. E sonha com um bom ano, depois de um 2018 em que conviveu com o fantasma do rebaixamento", diz a matéria do jornal La Tercera, fazendo referência ao 13° lugar da equipe no último campeonato chileno, a apenas quatro pontos do descenso.
Mas o Palestino não caiu de paraquedas na Libertadores. Apesar do mau desempenho no campeonato de pontos corridos, o time conquistou a Copa do Chile, vencendo o Audax Italiano na decisão.
— Esse conjunto estava brigando para não cair. Um novo técnico chegou, organizou a equipe em um 4-2-2-2. E é importante destacar que ele não teve baixas para este ano. São os mesmos jogadores que foram campeões — relata Carlos Madariaga, repórter da Rádio ADN, do Chile.
Para se ter uma ideia da importância deste título, a última taça nacional que o clube havia conquistado foi no longínquo ano de 1978, quando o zagueiro Elias Figueroa deixou o Beira-Rio para voltar ao seu país. Aliás, foi com Figueroa como capitão que o Palestino teve sua melhor campanha em Libertadores. Em 1979, chegou ao triangular da segunda fase, ficando atrás do Olímpia-PAR, que seria o campeão daquele ano. Nas outras edições em que participou (1976, 1978 e 2015) não passou da fase de grupos.
Como o próprio nome sugere, o clube foi fundado em 1920 por imigrantes palestinos que fugiam da perseguição do Império Otomano, no final do século XIX. Inclusive, está no Chile a maior colônia de palestinos, com cerca de 350 mil descendentes. Entre os jogadores, não há nenhum árabe, apesar de o elenco ser um caldeirão de nacionalidades. Na equipe titular escalada pelo técnico Ivo Basay, aparecem três jogadores argentinos, um uruguaio e um venezuelano — sem citar o goleiro reserva, que é colombiano. O time-base tem: Ignacio González; Guillermo Soto, Alejandro González, Luis Mago e Brayan Véjar; Julián Fernández, Augustín Farías, César Cortés, Luis Jiménez; Roberto Gutiérrez e Lucas Passerini.
— Os principais atletas são Luis Jiménez, que é o capitão, foi muito jovem ao futebol europeu e, aos 35 anos, regressou com a missão de dar um titulo ao Palestino. O goleiro Ignacio González demonstrou sua qualidade defendendo pênaltis na Colômbia e também tem o argentino Lucas Passerini, que talvez seja o mais destacado. Não tem muito currículo, mas mostrou que é um 9 de área, de muito valor — conclui Madariaga.