William Pottker abre o ano em contagem regressiva. Sim. A partir das 21h15min desta quinta-feira (24), quando a base do time titular do Inter estrear no Gauchão, no Beira-Rio, diante do Pelotas, o camisa 99 terá a missão de voltar a ser um jogador relevante ao ataque colorado. Sem a concorrência de Leandro Damião, mas com Rafael Sobis à espreita, com Paolo Guerrero a 90 dias de seu retorno ao futebol profissional, além das sombras de Santiago Tréllez e de Jonatan Alvez, Pottker tem um tempo escasso à disposição para se manter entre os 11 principais jogadores de Odair Hellmann.
Mesmo desconfortável com a obrigação de ser o jogador de referência do ataque, em vez de jogar pelos lado, como prefere, William Pottker tem a confiança do treinador. É bem verdade quem, em seus tempos de Ponte Preta, onde foi o artilheiro do Paulistão de 2017, antes de se transferir para o Beira-Rio, Pottker fazia função semelhante, como o principal nome do ataque, auxiliado pelo ex-Inter Lucca. Com os paulistas, ele marcou 24 gols em 51 jogos, uma média de 0,47 gol por jogo. Foi destaque no Brasileirão de 2016 e no Campeonato Paulista do ano seguinte, o que fez o Inter desembolsar cerca de R$ 7 milhões pelos seus direitos.
Desde que passou a vestir vermelho e branco, porém, Pottker soma 20 gols em 71 partidas (média de 0,28 por jogo). Apesar das críticas na temporada passada – devido ao fraco desempenho, e da série de lesões, que o deixaram fora de ação durante mais de dois meses –, ele é dono da melhor média entre os atacantes do time, superando o xodó da torcida Nico López, goleador do time nos dois últimos anos, cuja média é de 0,27 gol por partida. Curiosamente, Pottker anotou o mesmo número de gols nas duas temporadas disputadas com a camisa do Inter. Foram 10 gols em 2017 e também em 2018. No primeiro ano, ele ficou atrás de Nico López e de Brenner. No segundo, foi superado por Leandro Damião e, de novo, por Nico.
— Atuei nessa posição algumas vezes na Série A. Já tentei explicar algumas vezes a questão da minha maneira de jogar, totalmente diferente de um centroavante fixo ali na frente, jogador de movimentação, de velocidade. Tenho certeza que ajudei muito no ano passado nessa posição. Enquanto estiver atuando nessa região do campo, vou fazer de tudo para continuar ajudando o Inter – disse Pottker, durante entrevista coletiva, no início desta semana.
E os números do ano passado comprovam o que Pottker tenta justificar: não é o mesmo goleador quando atua pelos lados ou como referência. Dentro da área, em 2018, sem a presença de Damião ou Jonatan em campo, William Pottker marcou apenas dois de seus 10 gols no ano – contra Athletico Paranaense, quando ainda se chamava Atlético-PR, e diante do Ceará. Já quando tinha um dos dois centroavantes na área, Pottker fez oito gols – sobre Veranópolis, Caxias, Boavista, dois contra o São José, outros dois no Botafogo e mais um no Flamengo; este, o seu último gol pelo Inter, há mais de quatro meses.
– Comecei o ano muito bem em virtude da boa pré-temporada. Eu preciso muito de treinamento para desenvolver meu futebol com minhas características. Comecei o ano passado com quatro gols em quatro jogos e fui o artilheiro do Inter. Depois, tive uma lesão, voltei bem e tive uma lesão de novo. São coisas que aconteceram. O Gauchão é bom de disputar. O Gauchão é entrega, um campeonato raiz. Particularmente, me senti muito bem – sintetizou um esperançoso Pottker, que sonha com maior paciência da torcida, ainda mais atuando dentro da área.
William Pottker com a camisa do Inter
- 71 jogos
- 20 gols
- 9 assistências
- 2017: 10 gols / 31 jogos
- 2018: 10 gols / 39 jogos
Em 2018, como referência do ataque: 2 gols
Em 2018, como atacante de lado: 8 gols