De volta à Libertadores da América após três anos ausente, o Inter viveu uma temporada de altos e baixos em 2018. Principalmente quando se trata do desempenho dentro de campo. Em um ano de retorno à elite do Campeonato Brasileiro, muito questionou-se qual seria o objetivo do time de Odair Hellmann durante a competição.
Eliminado na quarta fase da Copa do Brasil, para o Vitória, e nas quartas de final do Campeonato Gaúcho, para o Grêmio, o melhor resultado da equipe colorada nesta temporada foi terceiro lugar conquistado no Brasileirão. Com isso, a equipe se garantiu na fase de grupos da Copa Libertadores 2019.
Após um início de ano repleto de dúvidas, Odair superou as expectativas durante o campeonato nacional e atingiu números expressivos. Durante a temporada, foram 57 jogos, com 29 vitórias, 16 empates e 12 derrotas. Fechou 2018 com um aproveitamento de 60,3%.
Na opinião de Diogo Olivier, colunista de GáuchaZH, o principal acerto de Odair Hellmann nesta temporada foi a escolha do esquema e a implantação de um padrão de jogo no Inter.
— O acerto foi a utilização do esquema 4-1-4-1. Mas não foi só isso. A grande virtude do Odair foi convencer todos os jogadores do Inter de que eles tinham de atuar agrupados e participar do jogo com ou sem a bola. Todos faziam a recomposição durante a partida, se viu isso. O time tinha uma ótima disciplina tática. A escolha do esquema valorizou as qualidades individuais dos jogadores e encontrou o Rodrigo Dourado naquela função. Além disso, ajudou na compactação de jogar aproximado do time. Isso foi fundamental para que aparecesse o grande craque do Inter, que foi a força coletiva e parte tática.
Já o erro de Odair, avalia Diogo, foi não encontrar alternativas para o lado esquerdo colorado, tanto ofensivamente quanto defensivamente.
— O problema do Inter foi a falta de alternativas de jogo. No segundo turno, os adversários começaram a mapear essa compactação colorada. Alguns jogadores começaram a render menos. Principalmente no lado esquerdo, com Iago e Patrick, que tiveram uma queda de rendimento na metade final da temporada. Desta forma, o time ficou sem transição, já que os adversários notaram que tinham que marcar alguns jogadores-chave. Foi aí que Odair precisou encontrar um antídoto e não conseguiu. Até tentou com o D'Alessandro, mas não foi o suficiente. Foi nesse ponto que, sem conseguir sair desse imbróglio para continuar na busca pelo título, Odair falhou taticamente. Continuou vencendo jogos, mas não para ser campeão. Por isso, precisa de reforços de mais qualidade, para que, quando algumas peças não renderem, haja uma reposição e uma manutenção da postura tática e padrão de jogo.