Odair Hellmann tem utilizado boa parte dos treinos em Atibaia para entregar ao Inter novas armas. Uma delas é um melhor aproveitamento da bola parada. Não é raro ver o treinador insistindo nas jogadas ofensivas e defensivas de escanteios, faltas laterais e faltas mais longas (quase na intermediária).
E, já no jogo-treino diante do Atibaia SC, neste domingo, deu certo. Na vitória por 2 a 1, o primeiro gol saiu em uma cobrança de escanteio, com Danilo Silva marcando o gol.
Nestes treinamentos, para a defesa, o técnico vem orientando zagueiros, laterais e volantes a fazer uma linha de impedimento, a fim de impedir que a jogada adversária seja concluída. Quando isto não é possível, há a ordem de afastar a bola para fora da área, onde meias e atacantes têm a obrigação de pegar o rebote e sair em contra-ataque com, no máximo, dois toques.
Armadores e avantes também precisam estar atentos caso Danilo Fernandes faça a defesa imediatamente, após a cobrança de falta ou de escanteio. Neste caso, o camisa 1 lança a bola na direção daquele jogador que estiver em melhores condições para começar o ataque. Ao menos nos treinos, tal ordem tem dado resultado.
Já quando a equipe está no ataque, o orientação é para que o batedor procure ao máximo tirar a bola do goleiro adversário. A bola parada é cobrada em curva, para longe da pequena área, a fim de dificultar uma eventual saída do goleiro – ou mesmo que o obrigue a sair em falso.
Além disto, a intertemporada colorada em Atibaia tem mostrado uma equipe aprimorando o seu toque de bola. Por diversas vezes, a comissão técnica tem cobrado que os jogadores parte de seu campo de defesa para o ataque dando apenas um toque (ou no máximo dois) na troca de passes até chegar ao gol adversário.
— A bola parada é importante para o Inter, a favor e contra. O mundo hoje está ganhando o jogo na bola parada. Se não me engano, 65% ou 70% dos jogos da Copa do Mundo foram resolvidos de bola parada. Isto falando da elite mundial. Estão lá os melhores jogadores do mundo e, mesmo assim, têm dificuldade para construir jogadas, para criar e marcar com a bola rolando. A bola parada é uma das cinco armas do jogo: a organização ofensiva, a defensiva, as duas transições e a bola parada. Eu tento trabalhar muito todas as fases do jogo, e a gente tem um poder muito grande na bola parada ofensiva. Precisamos seguir trabalhando porque ela vai continuar trazendo vitórias para o Inter — disse Odair Hellmann.
Um Inter mais veloz e agressivo começa a surgir no interior paulista.