Foram apenas 52 minutos em campo com a camisa do Inter. Mas, por necessidade, Rossi será titular diante do Vitória, às 19h30min desta quarta-feira, no Beira-Rio, quando a equipe de Odair Hellmann retoma o calendário oficial com o jogo válido pela quarta fase da Copa do Brasil.
Penúltimo reforço colorado na temporada, o atacante de 24 anos e 1m70cm chegou do futebol chinês, onde não atuava desde setembro por suspensão. Ele terá a sua frente o centroavante Roger, uma vez que William Pottker e Leandro Damião ainda não têm condições para iniciar uma partida.
Como desembarcou no início da série de três Gre-Nais do Gauchão, acabou tendo a sua preparação acelerada. Sempre esteve bem fisicamente – dono de um físico privilegiado, o ex-atacante da Chapecoense tem dificuldade para engordar –, o que lhe faltava até então era ritmo de jogo. Por isso, no recente jogo-treino entre Inter e São José (empate em 1 a 1, com apupos e vaias da torcida, nas superiores do Beira-Rio), Odair insistiu na parceria entre os dois no setor ofensivo.
No primeiro tempo, com todos os titulares em campo, Rossi começou aberto pela direita – com D'Alessandro na esquerda –, combinando tabelas ora com o lateral Fabiano, ora com Edenilson. Chegou a criar boas jogadas pela ponta, com cruzamentos que buscavam Roger na área. No segundo tempo, já sem D'Alessandro, Rossi ocupou o lado esquerdo. Mas por pouco tempo, uma vez que Odair começou cedo a promover as demais trocas. Houve tempo suficiente apenas para o gol de empate dos titulares, marcado por Patrick. Ainda na primeira etapa, Roger chegou a marcar um gol, mas o árbitro anulou o lance, por impedimento.
– O Rossi que está no Inter não é o mesmo que jogava na Chapecoense. Lá, ele era agressivo, insinuante, rápido e com muitas vitórias no um contra um. Por aqui, a gente vê que ele é um jogador de pouca iniciativa e que não tenta esse tipo de jogada. Parece que encontra a mesma dificuldade que o Pottker enfrentava no ano passado: joga muito longe da área de definição – entende Cléber Grabauska, que comentou do jogo-treino pela Rádio Gaúcha. – Falta a ele um pouco de confiança, um pouco de ritmo e um pouco de sequência, sequelas do período em que passou no futebol chinês. Acho, assim como Wellington Silva, uma boa contratação. Mas que não conseguiu dar uma resposta imediata. E isso é uma necessidade urgente do Inter, jogadores que cheguem e resolvam.
Desde as baixas de Pottker e Damião, o Inter disputou oito partidas e marcou apenas sete gols – quatro deles foram no mata-mata contra o Cianorte. O jogo fora de casa diante dos paranaenses, fora de casa, marcou a estreia do atacante no Inter. Entrou no segundo tempo, no lugar de Marcinho. Depois, no Gre-Nal da Arena, ele substituiu Gabriel Dias. Odair Hellmann já definiu a equipe para enfrentar o Vitória. O Inter terá Marcelo Lomba; Fabiano, Rodrigo Moledo, Víctor Cuesta e Iago; Rodrigo Dourado, Edenilson, Patrick e D'alessandro; Rossi e Roger.
Rafael Henzel, narrador da Rádio Oeste Capital FM, de Chapecó, ressalta que o melhor Rossi dos tempos de Chapecoense atuou mais à frente, sem tanta obrigação de recuar para fechar o meio-campo:
– Rossi sempre foi um jogador agudo. Na Chapecoense, naquele momento de reconstrução, ele era uma válvula de escape do time. Evidentemente que o jogador, quando tenta a todo momento jogadas de profundidade, sabendo que precisa voltar para recompor, deve saber que vai cansar, perder o ritmo e ter a marcação mais acirrada. Creio que ele rendeu mais de frente para o gol e não tendo que dominar, girar e partir para ofensividade. No Inter, o vi no jogo contra o Cianorte. Busca sempre o fundo para servir, mas é preciso orientação para que tenha equilíbrio nesta ação. Aqui, sempre estava atento à recomposição e, não raras vezes, saía aplaudido pela torcida devido à entrega em campo.
No treino de segunda, Odair insistiu que os seus jogadores fizessem uma forte marcação sobre o time reserva, a fim de recuperar rapidamente a posse de bola. O Inter gostaria de abrir vantagem no jogo de Porto Alegre para ter uma mínima tranquilidade na decisão do Barradão. Acostumado a enfrentar Rossi em seus primeiros treinos como jogador do Inter, o zagueiro Rodrigo Moledo brinca sobre a missão que a comissão técnica terá a partir de agora para montar a equipe, devido à qualidade do atacante:
– Rossi é um grande jogador. Com a chegada dele, quem ganha uma dor de cabeça é o Odair, que terá de escalar o time.