Apresentado nesta sexta-feira após assinar contrato até o fim de 2019, o atacante Roger disse que é torcedor do Corinthians desde criança e realiza um sonho pessoal e de seus familiares. Aos 33 anos, ele chega para a posição que está vaga desde a venda de Jô no fim de 2017, mas evita comparações.
— Quero agradecer a Deus pela oportunidade, estou feliz de estar aqui realizando um sonho de criança, sem dúvida. É algo que eu sonhei lá na rua com os amigos, e hoje estou realizando esse sonho. Todo mundo tem sua história, o Jô tem uma história linda, é ídolo, foi artilheiro no ano passado. Até por isso não vim ano passado, porque a permanência dele era certa, depois aconteceu a venda. Vim para trabalhar forte, sei que o time está pronto, acabou de ser campeão. Acho que não tenho que carregar esse peso de ter que substituir ou ser mais ou menos que ele. Vim para ajudar essa rapaziada que está fazendo um grande trabalho e ser campeão, que é meu sonho e coroaria minha carreira — disse Roger, que recebeu proposta do Timão no fim do ano passado, mas acertou com o Internacional.
— Sou corintiano desde criança, tenho carinho pela Ponte, que fiquei 17 anos lá, mas meu time de criança é o Corinthians e hoje realizo um sonho — acrescentou.
Roger afirmou que está bem fisicamente e projetou ficar à disposição do técnico Fábio Carille em uma semana. Ele não poderá disputar a Copa do Brasil, porque já defendeu o Internacional na competição. Na Libertadores, o atacante poderá ser inscrito após a fase de grupos caso o Corinthians avance ao mata-mata.
— O time está pronto, não tem muito do que ficar mexendo. Já estive treinando aqui durante a semana, participei de alguns sem vocês, a intensidade é muito grande. A qualidade não precisamos nem falar, a equipe já demonstra. Tenho de aproveitar as oportunidades. O time está pronto, mas também estou pronto. Para domingo agora (contra o Paraná) ainda não dá, mas para o outro domingo (contra o Atlético-MR) acho que vou estar apto a estar na convocação - projetou.
Na última quinta, no desembarque da equipe no Aeroporto de Guarulhos, um torcedor pediu para Carille escalar Roger, mas o treinador brincou ao dizer que o jogador "está gordo". Nesta sexta, o atacante riu da situação e defendeu as brincadeiras no futebol.
— É brincadeira sadia, é válida. Claro que ele brincou, o pessoal até falou comigo quando cheguei. Eu não estou gordo, nunca tive problema com peso. Acho mó barato essa brincadeira - disse Roger, que recordou os jogadores que admirava no Corinthians.
— Eu sou da época que eu me lembro do Marcelinho Carioca, depois teve o lance do Edílson na final contra o Palmeiras, também gosto do Vampeta, que sempre tira onda. O futebol é essa alegria. O futebol está muito chato, toda brincadeira gera comentário de briga, um nível muito forte de confusão. Futebol é alegria e paz — afirmou.
Em sua apresentação, Roger também disse que espera receber a camisa 9, não projetou quantidade de gols na temporada, comentou a saída do Internacional e elogiou a estrutura do Corinthians. Veja abaixo:
Como foi sua saída do Inter?
— Eu deixei o Internacional por uma oportunidade de vir para o Corinthians. E por talvez não concordar com algumas coisas, coisas de jogo e de trabalho. Iniciei tendo uma sequência, mas não conseguia ter a confiança do treinador, de acabar um jogo e emendar o outro. E sabemos que um camisa 9 precisa disso. Quando teve a oportunidade de ter a troca, fui o primeiro a dizer sim, que queria vir. Não pela concorrência, mas pela oportunidade.
O que achou da estrutura do Corinthians?
— Nunca vi nada igual. Me surpreendeu muito. Não só porque estou aqui, mas vocês já devem ter tido acesso. É algo que no Brasil ninguém tem, o jeito que desenvolve o atleta é muito bom, e olha que eu passei por grandes clubes. O Corinthians está à frente e isso faz diferença para o time. Tem tudo para recuperar o jogador muito mais rápido. E fora que esse grupo a rapaziada me recebeu muito bem. Estou em casa aqui. É um grupo maravilhoso.
Quer receber a camisa 9?
— Eu gostaria, não estou aqui fazendo lobby, mas sabemos que hoje tem ações de marketing, as coisas não são tão simples. Mas, se a 9 estiver livre e o pessoal achar que eu mereço, vou fazer jus a ela. Vou usar da melhor maneira possível.
Tem meta de gols para a temporada?
— Tem que ser melhor que o ano passado, não dá para eu falar aqui um meta. Tinha dez gols, eu estava brigando pela artilharia, até eu ter o problema de saúde. Tentar fazer um ano melhor que o ano passado.
Como está após o problema de saúde no ano passado?
— Estou legal, saudável. Claro que me tirou de combate por uns meses e estou sentindo os reflexos até hoje. Estou tentando ganhar a confiança. Quando você está jogando, no Botafogo eu tinha moral, eu jogava e colocava a bola para frente, você ganha confiança. Foi uma lição muito grande, não só para mim, mas todas as pessoas que passam por esse problema. Estou feliz, buscar a melhor forma.
Por que não deu certo no Inter e por que acha que vai dar certo no Corinthians?
— Primeiro porque eu sou um cara extremamente otimista, eu sempre penso que vai dar certo. Eu olho para frente, acredito que vai dar certo, já superei muitas coisas na minha vida. Tenho uma história de muita luta e superação, essa na verdade é uma história nossa, de todos que estão aqui. Acredito em um grande recomeço. A opção de sair não foi só minha, o Inter tinha a opção de dizer não. Eu pedi para me que me deixassem sair, ia ser bom para mim e para minha família. A diretoria me recebeu com muito carinho lá, eu disse que queria um novo desafio, tinha o sonho de vestir essa camisa. Eu tinha optado pelo Inter porque o Jô ia permancer e ia ser difícil eu jogar, o Jô era o artilheiro.
Como foi jogar por Palmeiras e São Paulo, rivais do Corinthians, seu time desde criança?
— É diferente, no futebol não temos escolha. As oportunidades aparecem e você tem de abraças. Joguei muito pouco no São Paulo e no Palmeiras. Chego aqui muito mais maduro, muito mais pronto. Foram passagens que me deixaram muito mais preparado.
Já imagina o primeiro gol pelo Corinthians?
— Eu imagino, claro, desde o momento que pisei aqui. Já que talvez possa ser fora de casa a minha estreia, só espero que saia logo, porque isso dá confiança e tranquilidade. Também dá confiança ao torcedor e uma resposta ao treinador.
O que achou da sua filha lendo em braile a carta enviada pelo Corinthians?
— É especial, tem coisas na vida que a gente não escolhe. Desde o nascimento a Giulia nos surpreende a cada dia. Ela é isso aí, foi muito legal esse marketing, surpreendeu. Cheguei aqui e começou no WhatsApp todo mundo me chamando e comentando, achei lindo ela cantando a música da torcida e lendo. Tenho que fazer meu melhor, buscar minha melhor forma, ainda procuro aquele futebol que tive no Botafogo que me colocou entre os melhores 9 do Brasil. Vou procurar, encontrar e ser feliz.
*LANCEPRESS