Acho que os confrontos com o Grêmio deram uma mexida na cabeça dos torcedores, dos dirigentes, dos jogadores e até dos secadores do Inter. Não podemos esquecer que tivemos que apressar muitas coisas nos últimos dias. Fomos com um time longe de ser o ideal para enfrentar o atual campeão da América, mas enfrentamos.
Na hora do grande espetáculo é que reconhecemos o grande artista, e na hora do grande jogo, identificamos o grande jogador. Ele pode não ser o maior salário, nem o destaque dos treinos, mas na hora que a partida é decisiva, ele cresce e faz o time jogar. O grande músico ou aquele grande intérprete se torna gigante quando a cortina se abre.
Acho que partidas decisivas também causam estragos, pois reconheceremos rapidamente aquele que treme a perna na hora que mais precisa ou quem desafina naquela antiga canção. Quem sabe enfrentar esses desafios, torna-se ídolo para sempre . Lembro de um momento especial que vivi quando, no primeiro show dos Fagundes no Teatro São Pedro, acompanhei o poeta Luiz Menezes em uma de suas canções clássicas, chamada Piazito Carreteiro. Um pouco antes da participação dele, fui até o camarim para combinarmos a nossa parte. Quando entrei, estava ele concentrado, olhando as paredes do teatro e falou: "Sabes Neto, estou com 80 anos e nunca tinha entrado aqui no São Pedro, vai ser lindo!" Aquilo me encheu de emoção.
Emoção e experiência
O grande artista cresce nessas horas, e o público aplaude, reconhecendo o brilho nos olhos dele. É assim que queremos o Inter, pronto para os grandes desafios, usando da emoção e da experiência para estar recomeçando a cada dia.