Adversário do Inter nessa quinta-feira, no Beira-Rio, o São José faz uma campanha de respeito até aqui no Gauchão. Já bateu o campeão, Novo Hamburgo, a gurizada do Grêmio, além de ter sido o único time a parar o Caxias, com o empate em 2 a 2, no Centenário, algo que nem a dupla Gre-Nal conseguiu.
No comando da equipe, o ex-centroavante gremista Rafael Jaques. Para o quarto grande embate do Estadual, o treinador terá um time mais cascudo, com as voltas dos experientes zagueiro Teco (ex-Grêmio) e o atacante Rafael Porcellis (promessa da base colorada na década passada). Nessa entrevista a ZH, Jaques fala sobre a encorpada campanha do Zequinha e sobre como pretende deixar o Beira-Rio com pelo menos um empate - se mantendo, assim, à frente do Inter.
Confira:
Por que o São José arrancou tão bem no Gauchão?
A cada jogo, procuramos obter um bom rendimento, individual e coletivo. Cobro muito isso dos meus jogadores. Foi o que fizemos contra o Grêmio (vitória por 2 a 0), ainda que seja muito difícil reproduzir o mesmo contra o Inter. Porque o Inter tem muita qualidade, vai com força máxima e tem um investimento muito maior do que o nosso, tem muita reposição.
Nesse momento, a preparação física ainda faz a diferença?
Não mais. Começamos a pré-temporada em 20 de novembro. Se fosse em rodadas anteriores, talvez fizesse. Mas o Inter já está com mais de 30 dias de trabalho e os titulares estão indo para o quarto jogo. Aquela diferença física acabou.
Diante do Grêmio, o São José foi ao ataque e controlou boa parte da partida. Como será o comportamento do seu time no Beira-Rio?
Vou conversar com os jogadores. Se a minha equipe tiver confiança para marcar no campo do adversário, vamos para a pressão alta ou meia-pressão. Se eles estiverem confiantes, vamos marcar em cima mesmo. Mas vou conversar com eles e a nossa decisão será em conjunto. Mas um ponto contra o Inter já me satisfaz, pois a diferença entre os times é muito grande. A diferença de investimentos é muito grande. Nosso grupo é pequeno. Contra o Grêmio, encerramos a partida com quatro jogadores sub-20.
A folha do São José deve ser inferior ao salário de muitos jogadores do Inter.
Nossa folha total não chega a R$ 200 mil.
Mesmo com um elenco pequeno, você terá a volta de dois caras experientes: Teco e Porcellis.
Será a nossa primeira partida do ano com o time completo. Porcellis fez o primeiro jogo do ano, marcou um gol na vitória sobre o Cruzeiro, mas se lesionou. Está voltando agora. Todos aqui sabem que esse será o jogo da superação. Nem quando começarmos a disputa da Série D teremos um desafio desse tamanho. E meus jogadores gostam desse tipo de jogo, complicado.
Desde 2015, no empate de 4 a 4, no Beira-Rio, nenhum Inter e São José parece ser um jogo comum.
É verdade. E, nestas recentes partidas, metade do meu time atual estava presente: Fábio, Éverton Alemão, Felipe Guedes, Rafinha, Clayton e Canhoto.
Apesar do mau começo de campeonato, você acredita que a dupla Gre-Nal ainda tomará as rédeas do campeonato?
A Dupla é muito forte. Se eles tiverem condições de se dedicar ao Gauchão, acabarão comandando o campeonato. Mas acredito muito em Caxias e Brasil-Pel, que estão com essas arrancadas espetaculares.
Ué? E no São José, não acreditas?
Isso eu deixo para vocês analisarem. Deixa a gente comer pelas beiradas, como mineirinho (risos).
Rafael Porcellis surgiu como uma promessa da base colorada, mas acabou não confirmando e rodou por diversos clubes. O que se pode esperar dele diante do Inter?
Porcellis é um finalizador nato. Se Porcellis tiver duas chances, fará pelo menos um gol. Tem boa técnica, boa movimentação e é um jogador experiente. Mas o seu forte mesmo é a finalização.