Em um jogo pegado, disputado e cheio de polêmicas, o Brasil-Pel quebrou uma marca de 22 anos sem vencer o Inter neste domingo, em Pelotas. No Bento Freitas, o time do Sul aproveitou a expulsão de um jogador colorado e fez 1 a 0, mantendo-se na parte de cima da tabela do Gauchão após cinco rodadas.
O Inter mandou mesmo um time descaracterizado para o sul do Estado. Para não dizer que a equipe não foi 100% reserva, apenas o pelotense Rodrigo Dourado começou a partida e ganhou a faixa de capitão. De resto, Odair Hellmann escalou Ruan na lateral direita, a linha de dois volantes com Charles ao lado de Dourado e, mais à frente, Patrick pela esquerda, Camilo no meio e Marcinho pela direita, e Roger de centroavante. No Brasil, Clemer não pôde contar com os jogadores emprestados pelo Inter, Mossoró, Alisson Farias e Artur, substituídos por Deyvid Sacconi, Calyson e Bruno Collaço.
Com um bom público nas arquibancadas liberadas pelos bombeiros apenas no sábado à tarde, a partida começou acelerada. No primeiro minuto, o Brasil-Pel fez Lomba trabalhar. Em jogada pelo lado esquerdo, Calyson cruzou, a bola passou por todo mundo e sobrou para Éder Sciola bater forte e o goleiro espalmar. O ritmo seguiu intenso, com tentativas de parte a parte. Efetivamente, a resposta do Inter ocorreu aos 19 minutos. Patrick fez ótima jogada pela esquerda e ergueu para o segundo pau, onde Roger teve tempo para olhar e concluir, nos pés de Marcelo Pitol.
A partida seguia equilibrada até os 35 minutos, quando uma sequência de faltas mudou o panorama. Após dar dois cartões amarelos em sequência por faltas de jogadores do Brasil-Pel, o árbitro Roger Goulart marcou uma falta de Ruan e também lhe advertiu. O lateral já tinha recebido e foi expulso. Para o analista da RBSTV Márcio Chagas da Silva, a marcação foi equivocada.
Quatro minutos mais tarde, o time da casa abriu o placar. Rodrigo Dourado foi desarmado e ficou reclamando falta. A partida seguiu e o Brasil-Pel atacou pela direita. Luiz Eduardo recebeu de costas para o gol e caiu, pedindo pênalti. A bola sobrou para Itaqui encher o pé esquerdo e vencer o goleiro: 1 a 0.
O Inter voltou do vestiário com uma substituição: Cláudio Winck entrou no lugar de Camilo. Assim, Odair redistribuiu o time com duas linhas de quatro jogadores, sendo a parte da frente composta por Marcinho na direita, Dourado e Charles no meio e Patrick na esquerda.
A partida seguiu intensa. Nos primeiros minutos, o Inter quase empatou em cobrança de escanteio que Roger desviou e ninguém completou. O Brasil assustou quando Luiz Eduardo recebeu na área e chutou, mas a bola explodiu no peito de Cláudio Winck e caiu na mão de Marcelo Lomba. Pouco depois, Marcinho arrancou para o contra-ataque, mas na hora de servir ao companheiro que entrava livre, atrapalhou-se com a bola e caiu sozinho na frente da área.
Aos 12 minutos, Odair lançou mão de mais um titular: William Pottker entrou no lugar de Marcinho. No Brasil-Pel, Clemer mandou a campo o jovem Luiz Henrique, de 16 anos, na vaga de Deyvid Sacconi. Aos 20, o Xavante quase ampliou em nova pancada de fora da área de Itaqui, mas Marcelo Lomba voou e salvou.
A última tentativa do técnico colorado foi a entrada de Juan. Roger foi o escolhido para sair. O Xavante também mexeu nos últimos minutos, com Sousa e Robério. Ainda deu tempo de Leandro Camilo ser expulso aos 44 minutos. Assim como na expulsão de Ruan, Márcio Chagas da Silva achou a atitude do árbitro exagerada. Mas havia pouco tempo para mudar o panorama. Após 22 anos, o Brasil-Pel voltou a vencer o Inter.