Nesta década, o Inter contratou ou formou 19 jogadores para ocupar a lateral direita. Isso sem contar os atletas que em algum momento foram improvisados na posição. Nesse mar de opções, apenas dois foram utilizados mais de 100 vezes, representando uma espécie de segurança para o lugar: Nei e William.
O primeiro foi campeão da Libertadores de 2010 e da Recopa em 2011, permanecendo no time até 2012. O segundo teve seus melhores momentos entre 2015 e 2016, saindo na metade do ano passado.
De resto, o Inter oportunizou o lado do campo aos mais diversos estilos de lateral. Houve famosos, como Gabriel; consagrados, como Ceará; jovens, como Junio; apostas como Alemão; folclóricos, como Édson Ratinho; estrangeiros, como Bruno Silva e PC Magalhaes. E até alguns que certamente você não se lembra, como Arílton e Marquinhos Vilela.
Depois de Nei e William, o terceiro lateral que mais vezes vestiu a camisa colorada foi mesmo Cláudio Winck, somando suas passagens de 2013 ao retorno em 2017. E só mais dois jogadores da posição romperam a barreira dos 20 jogos: Daniel, entre 2011 e 2012, e Gilberto, em 2014.
Nesse cenário, o 31 de maio do ano passado acabou sendo emblemático. Naquele dia, William entrou em campo pela última vez, no 2 a 1 sobre o Palmeiras pela Copa do Brasil. Desde lá, 251 dias se passaram, e o Inter já contou com outros nove jogadores naquela função. Alguns deles, improvisados, como Edenilson, Danilo Silva e Fabinho, até que não foram mal, mas não ganharam sequência.
Em 2018, Odair Hellmann começou com três opções para a lateral: Cláudio Winck, remanescente do ano passado, e os novos contratados Ruan e Dudu. Das caras novas, Dudu é a principal aposta. O jogador que estava no Figueirense recebeu a camisa número 2 e, em tese, é o titular. Porém, começou o ano com problemas musculares decorrentes do esforço físico da pré-temporada. Por isso, atuou poucas vezes. Ruan teve duas chances. A última, na segunda-feira, acabou mal para o atleta, que chegou do Boa-MG. Aos 35 minutos da partida contra o Brasil-Pel, acabou expulso por levar dois cartões amarelos. Winck retornou à equipe. Diante do São José, nessa quinta-feira, no Beira-Rio, Dudu deverá ser confirmado como o titular. Mas a concorrência para o emprego segue aberta.
Nei, o lateral-direito que mais vestiu a camisa colorada na década, dá a receita para a longevidade na posição:
— Lateral brasileiro precisa entender que primeiro precisa marcar. Essa é a prioridade. Atacar é só na boa — diz o atual jogador do Prudentópolis-PR, que esteve em campo pelo Inter em 154 jogos.
Campeão da Copa do Brasil com o Inter em 1992, o lateral-direito Célio Lino concorda:
— Futebol moderno exige jogador que ataque e defenda. Hoje vemos o pessoal se mandar para o ataque, mas esquecer do básico. Para subir, tem de ter qualidade, chegar para fazer diferença.
João Carlos, o lateral do time que conquistou de foma invicta o Brasileirão de 1979, afirma que é preciso ter paciência com os recém-chegados:
— O Inter sempre teve bons laterais, seja contratado ou da base. Vamos ter calma com os meninos. E definir suas prioridades. O lateral é um defensor, não pode ficar levando bola nas costas. Só então pode atacar, dar opção ao atacante.
A lista dos laterais colorados na década
- Nei _ 154 jogos
- William _ 108 jogos
- Cláudio Winck _ 54 jogos
- Gilberto _ 28 jogos
- Daniel _ 22 jogos
- Ceará _ 19 jogos
- Junio _ 18 jogos
- Léo _ 17 jogos
- Wellington Silva _ 14 jogos
- Bruno Silva _ 13 jogos
- Alemão _ 13 jogos
- Ednei _ 11 jogos
- PC Magalhaes _ 9 jogos
- Édson Ratinho _ 9 jogos
- Marquinhos Vilela _ 3 jogos
- Hélder _ 3 jogos
- Ruan _ 2 jogos
- Dudu _ 2 jogos
- Arílton _ 1 jogo
Foram improvisados
- Ernando
- Danilo Silva
- Fabinho
- Edenilson