Em 24 horas, a vida do zagueiro Thales mudou de forma radical. Até segunda-feira, estava em Maceió, como titular do CSA e afiando as travas da chuteira visando aos mata-matas da Série C. A vida de Thales estava, vamos combinar, sossegada. Depois de dois anos patinando em empréstimos para Bahia e Atlético-GO, finalmente, ele conseguia uma sequência de jogos e era titular absoluto. Sem contar que morava em uma cidade deliciosa para se viver, de tamanho médio e pontuada por praias de águas verdes e quentes.
Thales poderia, portanto, seguir em Maceió até o final do ano, numa vida sem sobressaltos. Mas fez o contrário. Topou vir para o Inter para ser o último da fila, atrás de Cuesta, Ernando e Léo Ortiz. Precisará passar por um trabalho de recondicionamento, para suportar o ritmo mais exigente de um clube grande. A justificativa de Thales para aceitar o desafio bem serve de lição para os dirigentes: "Um chamado do Inter a gente não pode recusar".
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Criado na base, filho de funcionário do clube, o zagueiro de 24 anos é o exemplo do quanto de valor carrega um jogador feito em casa. Temos dezenas de exemplos recentes de contratações feitas a peso de ouro e que pouco deixaram para a dupla Gre-Nal. Causaram um prejuízo financeiro e, pior, ocuparam o lugar de quem vem de baixo, da base e espera por anos uma chance. Me aventuro a citar um exemplo: Leandro Almeida, trazido no ano passado. Será que um jogador feito em casa não entregaria mais para o clube?
Tomara que o exemplo de Thales faça nossos dirigentes (e torcedores também) se darem conta de que nem sempre o que está prateleira do mercado é melhor do que se tem em casa. .
*ZHESPORTES