– Quando se entra na guerra, ou se vence ou se morre.
Extraio parcialmente esta frase da série Games of Thrones. Estes seriados têm tudo a ver com o futebol, que são verdadeiras sagas e forjam heróis. Aliás, as sagas são superadas pelos heróis e podem virar epopeias quando superadas.
O futebol é um terreno fértil para isso. Em todo início de temporada, procuramos heróis ou revalidamos personagens heroicos. Precisamos disso, precisamos de alguém que nos represente, precisamos de alguém que vista a camisa do nosso desejo e realize. Aliás, isso é da natureza humana, basta lembrar-se dos gladiadores no tempo antigo. No futebol, isso é necessário, precisamos de alguém que ocupe o espaço a vencer ou a morrer.
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O Inter está desafiado pela maior das sagas, ao que parece. Vencer os leões da Segundona e a si próprio – sim, vencer a si próprio, a sua depressão momentânea. Todos sabem que o clube não pertence à Segunda Divisão, muito pelo contrário. É um clube da primeira grandeza mundial. Isso é irrefutável. Mas caímos pela insuficiência de nossas forças em campo naquele momento. Todos já perguntaram o porquê. A resposta é só uma: fomos incapazes nas quatro linhas, vivemos uma angustiante saga sem heróis, logo, sem epopeia. Sim, somos acostumados a epopeias e a heróis: sabemos cultuá-los como poucos, mas esse conhecimento não foi suficiente.
Rearrumamos nossos gladiadores, quase todos, mudamos a fotografia como se diz, mas ainda não encontramos nosso herói ou os nossos heróis desta temporada. Sentimos que ele está lá, já habita o Gigante. Nos movemos aos milhares, não importa a temperatura ou a escalação. Em cada capítulo, estamos ali a
espreitá-lo, vamos renovando as nossas esperanças com teimosia. Já presenciamos quase tudo e podemos dizer, com convicção, que o nosso herói ou os nossos heróis sairão do túnel a qualquer momento para romper com a nossa saga e nos levar de volta para o "nosso lugar" na história.
O retângulo está preparado, a torcida está ansiosa e não arreda o pé do estádio em que poderá ajudar o time. Está em plena sintonia com o que sempre diz o nosso primeiro mandatário: não iremos desistir de ti, Inter, jamais!
Em todas as temporadas nestes 108 anos, tivemos heróis, nem exigimos que seja gaúcho, nem que fale a língua pátria, mas que ostente e defenda a camisa vermelha com a gana de herói, que venha "jugar a morir".
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