Aos poucos, o sonho colorado de erguer um CT digno de Europa começa a sair do papel. Batizado inicialmente de Cidade do Inter, o Centro de Treinamentos na cidade de Guaíba entrou em fase de captação de recursos. E não é pouca coisa. O clube projeta a necessidade de R$ 70 milhões para a primeira fase da obra: construir quatro prédios e oito campos de futebol (de um total de 14, além de três campos de medidas reduzidas e um outro totalmente coberto), na outra margem do rio.
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Capitaneando o projeto está o vice-presidente de Negócios Estratégicos do Inter, José Aquino Flôres de Camargo. O sonho do dirigente é dar a largada nas obras dentro de 10 meses. O projeto está pronto e as licenças ambientais foram todas emitidas para a ocupação dos mais de 400 mil metros quadrados em Guaíba.
– Se tudo de certo, o CT começará a ser construído em junho do ano que vem – diz o vice de Negócios Estratégicos do clube. – Todo o custo foi orçado e, agora, estamos buscando parceiros para o empreendimento. Devido à importância do CT para o futuro do Inter, acredito que o clube mesmo poderia fazer um esforço e tentar bancar a obra. Mas a situação econômica do país, a necessidade de investimentos no time para esta temporada, além de um déficit importante que temos, talvez não permitam isso – acrescenta Aquino.
Ainda que a primeira fase do CT esteja orçada em R$ 70 milhões, o clube precisará de menos da metade desse valor para alavancar as primeiras obras. Por se tratar de um projeto de diversas gestões do clube (a área foi obtida em uma parceria de 2014, pelo então presidente Giovanni Luigi, junto ao governo do Estado e à prefeitura de Guaíba), ainda não há prazo estabelecido para que os mais de 200 atletas profissionais e amadores do Inter passem a utilizar o novo espaço. Otimista, Aquino pretende entregar parte da primeira fase do projeto até 2020, com oito campos e instalações médicas, de hotelaria, administração, centro de imprensa, além de vestiários e academias.
– Se conseguirmos entregar 50% do projeto já nesta primeira etapa, teremos um CT bem melhor do que os de todos os demais clubes do Brasil. Quando o nosso CT estiver completamente pronto, teremos instalações em nível de primeiro mundo – afirma o dirigente colorado, que ainda não consegue estimar um prazo final para a conclusão do empreendimento.
Em um segundo momento, o clube passará a negociar uma linha exclusiva do catamarã, ligando o Parque Gigante ao CT de Guaíba. O plano para o CT ainda contempla a construção de trilhas ecológicas como forma de fomentar o turismo no local, além de torná-lo mais rentável para o clube.
– De catamarã, são apenas 10 minutos em linha reta, ligando um CT ao outro. Será uma linha especial, que poderá atender até mesmo aos nossos atletas, além de ser uma nova atração turística – empolga-se José Aquino Flôres de Camargo.
Quando o CT de Guaíba já estiver em uso, o Parque Gigante deverá receber a gurizada das escolinhas. Como o atual CT colorado e clube social tem restrições de construção, devido a questões ambientais, poucas mudanças deverão ocorrer na estrutura que hoje existe na Avenida Beira-Rio.
No CT de Alvorada, onde o Inter concentra as categorias de base e os alojamentos para os seus jogadores, alugado do Pedrabranca Futebol Clube, são gastos R$ 85 mil mensais. Lá, ao longo dos últimos anos, o Inter já investiu mais de R$ 1,5 milhão em benfeitorias. Em Guaíba, o Inter finalmente teria um complexo para juntar a base com o time profissional – algo que os quase 30 quilômetros de distância entre os dois atuais CTs torna impossível.
– O CT de Guaíba será o futuro do Inter. Depois que ele estiver pronto, teremos de lhe dar um nome. Por enquanto, é Cidade do Inter, mas há sugestões para se tornar Fernando Lúcio da Costa (Fernandão) ou Celeiro de Ases. Gosto muito de Celeiro de Ases, pois é o nome do nosso hino e o que o CT representará daqui para a frente – finaliza Aquino.
*ZHESPORTES