Poucas funções no Beira-Rio apresentam tantos concorrentes e nenhum titular como a lateral direita. Com a saída de William, que não jogará mais pelo clube para evitar que se lesione antes de embarcar para o Wolfsburg, a "camisa 2" está vaga uma vez mais. Tanto é assim que mesmo contando com seis laterais no clube, Guto Ferreira optou pela escolha de Tite em 2012: Edenilson como lateral-direito.
O treino de terça-feira, quando seis titulares permaneceram treinando em Porto Alegre, em vez de irem a Florianópolis enfrentar o Figueirense, mostrou Edenilson na lateral direita. Volante de origem, ele foi vendido pelo Caxias ao Corinthians. Com a necessidade de contar com um jogador para a função, na temporada 2012, Tite e seu auxiliar Cléber Xavier viram no jogador uma solução de velocidade para o setor. E Edenilson seguiu como um curinga para a lateral até deixar o Parque São Jorge, em 2014. No Genoa, em 2016, também foi utilizado nesta função.
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– O Edenilson jogou no Genoa mais como lateral do que como volante. Ele sempre foi um cara muito de velocidade, que marca bem e sabe jogar com a bola no pé. Lembro de um jogo contra a Roma em que ele entrou como um atacante pela direita, no 4-3-3. Isso demonstra a qualidade que ele tem para jogar pelo lado do campo - conta Juan Jesus, ex-zagueiro do Inter, atualmente na Roma.
No Corinthians de Tite, Edenílson surgiu como lateral justamente em uma emergência. Sem poder contar com Alessandro, lesionado, o treinador optou pela improvisação.
– Edenílson foi muito bem. Ofensivamente, ele dava opção para o ataque, subindo até muito mais que o Fábio Santos, que segurava um pouco mais. Foi uma situação meio de emergência, como no Inter, mas que, no final das contas, deu certo – completa o jornalista Rodrigo Vessoni, que acompanhou o Corinthians naquele período, como setorista do jornal Lance!.
Com a saída de William, Edenílson tem caminho livre para se firmar na lateral. Dependendo de seu sucesso do curinga, Guto poderá fixá-lo como titular. Mas há opções além de Edenílson.
Danilo Silva foi contratado para jogar como zagueiro e como lateral-direito. Atuou assim pelo Dínamo Kiev. Alemão, contratado ao Botafogo no começo da temporada, não convenceu. Foi mal nas semifinais do Gauchão contra o Caxias e não recebeu novas chances. Ceará, contratado ainda no ano passado – em tumultuada negociação com o Coritiba –, e com contrato até o final de 2017, parece carta fora do baralho. Disputou apenas duas partidas na temporada (ambas na abertura do Gauchão, contra Veranópolis e Novo Hamburgo), sofreu uma lesão muscular, e não foi mais utilizado. Também não há perspectiva para que o histórico lateral de 2006 receba novas oportunidades até o encerramento de seu vínculo com o clube.
Junio é o mais jovem dos postulantes à vaga. Aos 20 anos, ele foi promovido das categorias de base por Antônio Carlos Zago. É um jogador de força, mas, internamente, ainda é considerado um jogador que precisa completar a sua formação.
– Vários jogadores atuaram por ali, o teinador ainda vai se decidir por um, mas todos devem estar preparados – comentou Junio, titular da lateral direita diante do Figueirense. – Assim como o William, eu saí da base. Tomo ele como um exemplo – acrescentou.
E ainda há Cláudio Winck. Nas últimas temporadas, ele rodou entre o time sub-23 do Inter, além de empréstimos ao Verona (ITA) e à Chapecoense. De volta ao Inter, é titular e um dos goleadores do time de aspirantes que disputa a Terceirona Gaúcha – uma competição de baixo nível técnico. Em 12 partidas, tem oito gols – o artilheiro do torneio é Joanderson, também do Inter, com 11 gols. No elenco profissional, recebeu chance em apenas um jogo de 2017: Criciúma 1x3 Inter, pela Primeira Liga, quando Zago mandou a campo uma equipe formada por jogadores da base. E Winck marcou um dos gols da vitória colorada no Heriberto Hülse. Apesar de seus bons números no ano, deverá demorar a ter chances com Guto Ferreira. Winck não é unanimidade entre os integrantes da direção de futebol do clube.
Caso nenhuma destas alternativas vingue, a última solução do Inter será voltar ao mercado para contratar um substituto a William.
Quem mais jogou em 2017
William - 22 anos
20 jogos, nenhum gol
Junio - 20 anos
8 jogos, nenhum gol
Danilo Silva - 30 anos
3 jogos, nenhum gol
Alemão - 27 anos
7 jogos, nenhum gol
Ceará - 36 anos
2 jogos, nenhum gol
Cláudio Winck - 23 anos
1 jogo, 1 gol
*12 jogos, 8 gols.
*Estes somente pela Terceirona Gaúcha, com o Inter sub-23
Edenilson - 27 anos
9 jogos, nenhum gol (como volante)
*ZHESPORTES