Guto Ferreira terá muito, mas muito trabalho pela frente. O Inter que empolga parece gostar somente dos grandes jogos. Mas a Copa do Brasil já acabou para os colorados. E a realidade da Série B mostrou uma vez mais um time com sérias dificuldades na criação, no abastecimento ao ataque e no sistema defensivo. O empate em 1 a 1 com o Juventude, na noite deste sábado (3), no Beira-Rio, mantém o Inter em constante constrangimento, agora, na 10ª colocação da Segunda Divisão. Na terça-feira, o Inter e sua crise enfrentarão o Figueirense, no Orlando Scarpelli.
Logo no primeiro lance de ataque do Juventude, o novo Inter escapou de levar o gol. Após cruzamento de Leílson na pequena área, Tiago Marques se jogou contra a bola e só não fez o 1 a 0 porque faltou um centímetro de chuteira para empurrar a bola para dentro.
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Com Guto, o Inter foi de 4-3-3, com D'Alessandro pela direita, Nico centralizado, e William Pottker pela esquerda. Porém, na prática, os ataques colorados mudaram de lado. O Inter passou a atacar pela esquerda, com Uendel, deslocado para o meio-campo, Carlinhos na lateral, mais Pottker. Pela direita, Junio ainda parecia inseguro para avançar, e D'Alessandro trocava de lado a todo o momento, buscando criar alguma jogada de efeito no ataque. Aos 14 minutos, Matheus Cavichioli ainda não havia feito nenhuma defesa quando Danilo Fernandes defendeu em dois tempos um chute de Lucas.
O Juventude, por vezes, matinha todos os jogadores em seu campo de defesa. O Inter não tinha soluções para abrir a retranca da Caxias do Sul. E sempre corria riscos quando o Juventude recuperava a bola e partia em contra-ataques. Aos 25 minutos, uma falta lateral cobrada por D'Alessandro para fora, foi o único lance que levantou a torcida. Afora isso, os cruzamentos a esmo e sem consequências dos tempos de Zago continuaram.
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As primeiras vaias no Beira-Rio surgiram quando Danilo Fernandes fez mais uma de suas grandes defesas, ao pegar no cantinho direito uma cobrança de falta de Bruno Collaço. Em seguida, Carlinhos entregou um contra-ataque para o Juventude, que só não virou gol porque Edenílson salvou quase em cima da linha. O primeiro tempo chegou ao final com o Juventude merecendo sair na frente. E com os jogadores do Inter seguindo sob vaias para o vestiário.
– Está faltando a referência na área. Estamos cruzando e não tem ninguém para cabecear – disse Dourado, no intervalo.
Para o segundo tempo, Guto trocou Uendel por Carlos. E, com dois minutos, enfim, um chute a gol. E gol do Inter. Carlinhos encontrou Carlos, que passou para Nico bater de primeira, sem chances para Matheus Cavichioli.
Com o 1 a 0, o Inter passou a ficar mais tempo no ataque, enquanto que o Juventude manteve a sua postura defensiva, esperando os contra-ataques. Aos 21, Pottker serviu Carlos que, quase na pequena área chutou para fora, perdendo a chance do 2 a 0. O Juventude respondeu em seguida, com Ramon batendo em curva e obrigando Danilo e defender a escanteio.
Com o placar escasso, pairava sobre o Beira-Rio o risco do ABC, que conseguiu empatar ao final da partida. Aos 35, um susto para os colorados. Tiago Marques concluiu um cruzamento e Danilo fez mais uma grande defesa. O Inter seguia correndo sérios riscos. Três minutos depois, o Juventude foi o ABC gaúcho. De novo na bola aérea. Após cruzamento às costas de Léo Ortiz, que saltou e uma vez mais não cortou o cruzamento, Tiago Marques concluiu, sem chances para Danilo: 1 a 1.
Mesmo com as mudanças na comissão técnica, o Inter segue com seus dramas e graves problemas. Guto terá consertos a fazer no time e tempo não há. O Beira-Rio segue em crise. Agora na 10ª colocação da Série B.