O Inter recebeu uma visita ilustre nesta segunda-feira. O meia Alex tinha um encontro marcado na churrascaria que existia no Parque Gigante, mas não sabia que o estabelecimento havia fechado. Com isso, ficou na frente do local, sendo cercado por fãs, amigos, antigos companheiros e jornalistas que acabaram fazendo a primeira entrevista do meia desde que ele saiu do clube.
Alex tinha um encontro com o professor Luís Osório, que trabalha com grupos de surdos, e com Jéferson Lopes, deficiente auditivo, jogador de futebol que atua no Clube dos Surdos de Porto Alegre e que é o único gaúcho convocado para a seleção brasileira que vai disputar o Torneio Internacional da Turquia. Ele está se envolvendo na causa de ajudar os surdos e recebeu uma apostila para aprender a linguagem das libras. Como auxílio a Jéferson, Alex doou 11 mil reais para o atleta melhorar sua preparação e prometeu se dedicar ainda mais à causa.
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– Vou aprender a falar com os sinais antes de aprender russo pois quero estar na Copa do Mundo. Esta turma é um exemplo e vou fazer o possível para ajudá-los – garantiu, em um tom bem-humorado.
No estacionamento do centro de treinamento – curiosamente próximo a um banner com a mensagem "Volte sempre", o ídolo colorado, que ainda está sem clube, falou sobre sua relação com o clube e o projetou o futuro:
– O clube segue de coração. Fui ver o jogo, me fez mal ver o Inter na Segunda Divisão, saber que você participou desse fracasso junto e não pode estar ali com os guris, a maioria que não esteve aqui ano passado, tendo que comprar essa briga. Torci para que aquele jogo já fosse o do acesso, que aí já teria resolvido. Foi muito legal ver o torcedor da maneira que está, ver a equipe se comportando como foi. E o encontro aqui sempre acaba ocorrendo, sou da Zona Sul, facilita para mim – comentou.
Sobre os meses que já completou sem atuar, Alex afirmou que eles incomodam. Isso porque a rotina de atleta o acostumou:
– Tem dias que dá 22h, 23h e dá uma loucura, você não fez nada, sai correndo do condomínio. A gente tem prazer nisso, precisa liberar endorfina, não dá para ficar sem nada. Mas, ao mesmo tempo, não é nada dessa linha rotineira, que gera um trabalho tão profissional. Mas o lastro é tão grande que a gente sempre está fazendo alguma coisa.
Já especulado na Ponte Preta, o meia comentou que propostas não faltam. Mas deixou evidente que ainda não tem certeza do que deseja fazer.
– Estamos pensando. O Avaí foi um dos clubes que a gente conversou, mas sem abrir nada (nenhuma negociação), falei que não vou porque não quero que fiquem esperando e daqui a pouco posso até decidir em não seguir. Então, não quero que ninguém fique esperando. Por enquanto, estou esperando o pensamento com coração, eu comigo mesmo, tentando me entender para saber qual será o meu futuro.
*RÁDIO GAÚCHA