A defesa do Inter quase não resiste a um cruzamento para a área. Contra o Novo Hamburgo, com um Beira-Rio quase lotado, foram dois gols pelo alto. No primeiro, o de João Paulo, o atacante entrou entre os zagueiros e praticamente fuzilou o goleiro Keiller. No segundo, de Assis, falha de Keiller ao ficar indeciso sobre sair ou não sair do gol. Ficou no meio do caminho e levou mais um gol de cabeça.
E para marcar esses dois gols, o Novo Hamburgo sequer forçou demais sobre a defesa colorada. Segundo o analista tático e comentarista da Rádio Gaúcha, Gustavo Fogaça, o time de Beto Campos precisou cruzar apenas 13 vezes para a área colorada. Apenas três deles foram certos – um aproveitamento de 23%. Mas foi o que bastou para marcar dois gols.
Leia mais:
Roberto Melo reclama de prazo dado pela FGF para obras no Estádio do Vale
Direção do Novo Hamburgo mantém confiança de que final será no Vale
Inter contesta prazo extra para Novo Hamburgo indicar local da final
O Inter, por exemplo, que não fez nenhum gol de cabeça no jogo de ida das finais do Gauchão contra o Novo Hamburgo, cruzou inacreditáveis 46 vezes para a área adversária, com um aproveitamento insosso de 13% – apenas seis deles foram certos. E isso que o centroavante Brenner, suspenso, sequer estava em campo.
Dos 23 gols sofridos pelo Inter na temporada, sete foram pelo alto (ou 30,4%). Seis deles, porém, somente no Campeonato Gaúcho – o outro foi na goleada por 4 a 1 sobre o Oeste, pela Copa do Brasil. Antes do Novo Hamburgo se beneficiar dos erros da defesa colorada, o Passo Fundo já havia marcados dois gols de cabeça no Inter, o Caxias, um, bem como o Cruzeiro, também com um gol por cima.
O curioso é que Antônio Carlos Zago havia alertado o seu time para tentar bloquear essa arma do Novo Hamburgo. Mas nem sempre volantes e laterais conseguem cortar os cruzamentos para a área.
– Merecemos ganhar. Infelizmente, erramos na bola parada, uma jogada que treinamos, mas que erramos no jogo. Dois gols de bola parada. Não pode acontecer – lamentou D'Alessandro.
– Eles não chegaram sem ser nas bolas paradas. Administramos o jogo. Bola aérea é deslize. Temos de reconhecer – comentou o lateral Uendel.
– Fico triste pelos dois gols de bola parada que levamos. Trabalhamos isso durante toda a semana e aconteceu o erro duas vezes. Precisamos ter concentração – disse Zago.
O gol vem por cima (os últimos quatro gols sofridos pelo Inter no Gauchão, todos pelo alto)
1. Inter 3x1 Cruzeiro
Após cobrança lateral de falta, o zagueiro Dão pula entre Roberson e Ortiz e desvia de cabeça, sem chances para Marcelo Lomba.
2. Caxias (3)1x0(5) Inter
Um cruzamento longo, da direita, sobrevoa toda a área do Inter. Alemão, o último jogador do Inter no lance, salta e não consegue afastar, enquanto que Júlio César pula as suas costas e cabeceia no canto direito de Keiller.
3 e 4. Inter 2x2 Novo Hamburgo
Em cobrança de escanteio, Cuesta e Uendel marcam apenas o zagueiro Júlio Santos (Uendel salta de costas para o lance), enquanto que Rodrigo Dourado observa João Paulo saltar sozinho e vencer Keiller.
De novo, em um escanteio. Jardel cruza na área, Júlio Santos ganha de Edenílson e de Dourado pelo alto e cabeceia para cima, onde Assis aguarda para cabecear, enquanto que Keiller corre para socar a bola a acaba parando no meio do caminho. Cercado por Ortiz, William e Uendel, que não chegam na bola talvez por terem visto Keiller saindo do gol, Assis fica livre para cabecear ao gol vazio.
*ZHESPORTES