O rival do Inter no começo da caminhada na Série B é um clube reconstruído a partir da terceirização do seu futebol. Tradicional no futebol paranaense, o Londrina precisou de uma intervenção da Justiça do Trabalho em 2009 para que seguisse vivo. Nesse ano, atolado em dívidas trabalhistas que somavam R$ 9 milhões, o Londrina ganhou um interventor que tinha uma única missão: encontrar uma solução que evitasse a falência.
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Conversei nesta sexta-feira com o repórter Lúcio Flávio, setorista do clube da Folha de Londrina. Lúcio conta que a primeira medida do interventor foi leiloar a sede social. A venda permitiu quitar 95% das dívidas, a partir de acordos que determinavam a quitação pagando aos reclamantes 30% do que era devido.
Numa segunda etapa, ele buscou um parceiro que assumisse o futebol. Sérgio Malucelli, que já havia bancado o Iraty, da cidade homônima a 200 quilômetros, topou assumir o Londrina. Desde 2011, o departamento de futebol é dele. O Londrina segue com presidente, diretores estatutários, conselho deliberativo, conselho fiscal e tudo o mais que exige um clube. Mas o futebol é com ele. O Londrina fica com um percentual dos patrocínios e da venda de jogadores.
O projeto conta com um CT que Flamengo e Grêmio usaram na suas Eras Luxemburgo. Dali saíram o lateral-esquerdo Wendell, ex-Grêmio, o volante Bruno Henrique, ex-Corinthians, o atacante camaronês Joel e o meia Arthur Caíke, da Chapecoense.
No campo, depois de cair em 2009 para a Segundona paranaense, subiu em 2011 e ganhou o título estadual em 2014. No Brasileirão, escalou da Série D à Série B. No ano passado, lutou pelo acesso até a penúltima rodada.
Em todo esse período, ou seja, desde 2011, o técnico foi o mesmo, Cláudio Tencate. Há um projeto claro de formação de jogadores e busca por um lugar entre os grandes.
É esse o rival que espera o Inter na Série B. Um rival que viveu o auge há 40 anos – em 1977, foi semifinalista do Brasileirão – e busca recuperar o tempo. Com planejamento e gestão profissional.