Sou dos que avaliam como precipitada qualquer avaliação do trabalho de Antônio Carlos Zago. São apenas 135 dias à frente de um grupo que recebeu 13 reforços, contando D'Alessandro, e mais cinco guris vindos da base. São 18 caras novas (e virão mais um zagueiro e um meia).
Dos que caíram em 2016, ficaram apenas 12 jogadores, entre eles os quatro goleiros. Há casos de jogadores que estava em 2016 mas só agora passaram a ser usados, como Diego e Brenner. Como não bastasse isso, o grupo segue em mutação. Nesta semana, mais três jogadores deixaram o Beira-Rio (Anselmo, Valdívia e Ferrareis).
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Com eles, o número de baixas em relação ao grupo de 2016 já soma 25 – e vai aumentar, com a iminente saída de Ernando. Estamos no final de maio, e Antônio Carlos Zago viajou para Belém com um jogador para estrear, o lateral e zagueiro Danilo Silva, e outro que será relacionado pela primeira vez, Eduardo Sasha.
Podemos considerar que, apenas a partir de agora, com o fluxo de entrada e saída do vestiário um pouco mais estabilizado é que Zago poderá ter seu trabalho analisado com mais critério. É preciso levar em conta que comanda um grupo novinho em folha. E que ele também é um técnico novinho em folha, com apenas dois anos e dois clubes de rodagem nesta nova fase da carreira. Cometerá erros, o contra o ABC, ao insistir com o esquema de três atacantes enquanto perdia o meio-campo. Mas já se percebe acertos, como as apostas em caras novas.
Todos os argumentos listados antes favorecem Zago. O problema é que todos eles perdem força se o Inter perder para o Paysandu. Infelizmente, ainda não conseguimos analisar o trabalho de um técnico sem olhar o placar. Zago sabe disso. Por isso, precisa voltar de Belém com uma vitória.