Marcelo Lomba será o primeiro nome a ser anunciado em cada escalação do Inter pelo menos até junho. O goleiro que terá a missão de substituir o ídolo Danilo Fernandes volta ao time para apagar a imagem do ano passado, quando sua passagem coincidiu com a queda livre no Brasileirão. Aos 30 anos, garante ter experiência suficiente para manter o nível de atuações do titular, um de seus melhores amigos no clube.
– Ele vai torcer por mim – diz Lomba, o novo titular.
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Como foi a lesão do Danilo?
O lance com o Danilo foi rápido. Na hora pensamos que fosse mais simples, mas ele já saiu direto para o departamento médico. Na verdade, nem vimos direito. Até se despediu quando saiu para fazer exame. Foi o último momento em que nos falamos. Essa é a realidade da nossa profissão. Nos damos bem, mas só um joga, e os outros torcem. Somos companheiros de quarto na concentração, um dá força para o outro.
Ano passado, na sua chegada, a situação foi semelhante. Danilo estava machucado, veio para substituir o Muriel e acabou sendo o período mais complicado do Inter. Como projeta esta nova sequência?
Ano passado foi difícil para todo mundo. O time já estava enfrentando dificuldades, estava em queda no Brasileirão. Eu vinha chegando de uma lesão, tinha quebrado um osso da costela, estava parado havia mais de um mês e já cheguei tendo de atuar. Mas, agora, o ano passado serve de aprendizado. Temos a possibilidade de dar a volta por cima. Claro que ainda está doendo em nós, mais ainda na torcida. Mas cabe a cada um dos jogadores reverter esta situação, voltar a vencer e a dar alegrias aos colorados.
Você e Danilo são parecidos em alguma característica?
Olha, essa é difícil responder. Acho que somos parecidos em vários quesitos, principalmente técnicos. Tanto o Danilo quanto eu somos bastante técnicos. São detalhes do estilo, poucas diferenças. Penso que um goleiro tem de estar bem em todos os fundamentos. O Danilo é um goleiro completo. E eu quero mostrar à torcida que também sou, que tenho todos os bons fundamentos. O mais importante é, dentro do jogo, defender, e o time ganhar.
Que lição leva do jogo de ida contra o Cruzeiro?
Que temos de tomar cuidado. Eles têm uma bola parada forte. Precisamos ter um bom poder defensivo para administrar o resultado. Se eles fizeram um gol, certamente vão aumentar a pressão. Mas, por outro lado, se nós fizermos o gol, nossa vantagem aumenta mais e poderemos jogar mais tranquilos.
Aliás, nesse jogo chamou a atenção sua desenvoltura para jogar com os pés, tanto que recebeu vários passes e em todos saiu jogando sem chutão.
Tenho treinado bastante isso. Contra o Cruzeiro, participei bastante com os pés, mas temos de saber que existem jogos em que não dá para fazer isso, somos mais pressionados. Agora, se precisar, quero fazer bem esse papel também.
Você treina isso, então?
É, treino mesmo. Não vou dizer para você que sou um exímio jogador com os pés, porque não sou, mas sei me virar. Pratico bastante isso. Como não vinha atuando, treinamos muito mais. Então, se precisar jogar com os pés, estou preparado.
Neste ano, jogou três partidas. Pelo Inter, são nove. Quantos jogos um goleiro precisa para pegar ritmo?
A experiência mostra que começar vencendo é muito importante, sabe? Claro que o número de partidas varia em cada time, em cada goleiro. Mas começar vencendo dá uma confiança muito grande. Graças a Deus, neste ano joguei três vezes e ganhamos (3x0 contra o Sampaio Corrêa, 3x1 contra o Criciúma e 3x1 contra o Cruzeiro). Espero vencer nesta reta final, em que perder praticamente significa ser eliminado.
Como é a convivência entre os goleiros?
Os goleiros são muito legais aqui, temos um grupo ótimo de trabalho, com o Daniel (21 anos) e Keiller (19 anos), e os treinadores (Daniel) Pavan e o Durgue (Vidal).
O que fazem fora do clube?
Na terça-feira, por exemplo, estávamos juntos em um aniversário. Nossos filhos brincam. Claro, tem o lado competitivo, todos querem jogar. Mas há respeito, lealdade e honestidade.
Esta é uma característica do goleiro reserva: para entrar, normalmente acontece alguma coisa ruim com o titular.
No futebol, não tem como escolher a hora em que vai entrar. Essas coisas acontecem. Fico chateado pelo Danilo, que é uma bela pessoa, mas temos de ver isso como uma oportunidade que apareceu. Tenho de aproveitá-la. E, também, daqui a pouco, ele vai estar recuperado, vai voltar, vamos treinar juntos de novo.
Que recado deixa para o Danilo Fernandes?
Espero que melhore logo, se recupere bem, que cicatrize o pé com tranquilidade. É um cara bacana, um cara parceiro. Um amigo mesmo.