A nova direção do Inter assumiu em janeiro com o discurso de esquecer o 2016 e fazer deste ano uma travessia de volta para a Série A. Havia sido rebaixado e fazia da aceitação desse desastre o primeiro passo para deixar o buraco em que se envolveu. A prática, no entanto, mostra que o clube faz o contrário. Mantém-se firme em seu propósito de provar que havia irregularidade na inscrição de Victor Ramos e levou o caso para a Suíça.
A CBF, em represália, usa de todos os artifícios para esvaziar a denúncia do Inter. Como a acusação de os e-mails usados pelo clube no processo foram falsificados. O último round dessa disputa teve nesta quinta-feira a publicação pelo STJD de que a perícia comprovava sua denúncia. O Inter garante que tem provas de que os e-mails são legítimos e mostrará isso na audiência do dia 4 de abril, no TAS.
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O clube está em seu direito de recorrer e provar que não agiu de má-fé nem usou provas forjadas. Como instituição, precisa mesmo cuidar de sua imagem. Isso não se discute. Mas me parece demasiada a energia demandada nesse processo. Enquanto age nesse tema, me parece preso a 2016. O rebaixamento já ressoa na cabeça de todos os colorados e custa a cicatrizar. Revolvê-lo machuca ainda mais o torcedor. E tira as atenções do que é importante neste momento, a reconstrução do clube e do time depois da desastrosa gestão passada capitaneada por Vitório Piffero.
De uma vez por todas, o Inter precisa absorver o rebaixamento e olhar para a frente. Brigar com essa realidade não é a melhor receita. Muito menos entrar em conflito com a CBF, o que pode causar ainda mais danos ali na frente.