Na tentativa de conter dívidas e se expandir fora do Brasil, a empreiteira Andrade Gutierrez está disposta a negociar parte de seus ativos no Brasil. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o CEO da empresa, Ricardo Sena, disse que o grupo negocia compras nos setores de construção nos Estados Unidos e Inglaterra, enquanto procura se afastar de obras públicas no Brasil depois do envolvimento em investigações referentes à Operação Lava-Jato. Entre as vendas, estaria a participação da AG no Estádio Beira-Rio.
A Andrade Gutierrez é a principal acionista da Brio, a empresa criada para controlar, por um período de 20 anos (a contar da entrega do estádio, em 2014), 5 mil cadeiras, os skyboxes, camarotes e lojas externas e internas e o serviço de comida e bebida, além do edifício-garagem do Beira-Rio. O outro acionista da Brio é o Grupo BTG Pactual.
Os outros setores e a gestão do estádio pertencem ao Inter. A empreiteira também pretende se desfazer, segundo o jornal paulista, de fatias da companhia de energia Cemig, de Minas Gerais, da empresa de call center Contax, na hidrelétrica de Santo Antônio, entre outros negócios.
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O jornal cita ainda que a receita da empreiteira caiu de R$ 7,7 bilhões em 2014 para R$ 4,3 bilhões em 2016, quando as investigações se intensificaram.
Segundo Sena, apenas dois negócios não estão à venda: a própria construtora e a CCR, empresa de concessões que a Andrade Gutierrez tem uma participação de 15%.
– O resto todo é para vender, porque são negócios originados de PPP (Parceria Público-Privada) – disse o CEO.
*ZHESPORTES