Um das grandes equações da nova direção do Inter para o começo de 2017 leva o nome de Anderson.
A mais cara contratação da gestão Vitorio Piffero ainda é uma incógnita no Beira-Rio. O alto salário do camisa 8 jamais fez jus a suas atuações em campo. Contratado em fevereiro de 2015, Anderson assinou por R$ 500 mil mensais e, nesse período, disputou 89 jogos pelo clube, marcando seis gols. Cada aparição em campo custou R$ 129,2 mil. Se fôssemos dividir o valor total recebido pelo total de gols, cada um deles teria custado R$ 1,9 milhão.
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Anderson foi bicampeão gaúcho, campeão da Recopa Gaúcha e, na campanha do descenso no Brasileirão, foi titular apenas nove vezes em 38 rodadas. Depois de um bom Gauchão, quando disputou quase todos os jogos e liderou um jovem Inter ao título, Anderson não conseguiu se repetir no Campeonato Brasileiro. Com uma tendinite no joelho direito, perdeu muitas rodadas no começo do torneio e demorou a se reafirmar no time titular. A sua grande sequência foi na reta final do campeonato, quando começou todas as últimas cinco partidas, sendo um dos mais dedicados em campo contra Palmeiras, Ponte Preta, Corinthians, Cruzeiro e Fluminense.
Por tudo isso, o Inter espera que se confirme uma oferta da Premiere League pelo meia. O Middlesbrough, que luta para evitar o rebaixamento, seria o clube a apostar no cartaz de 10 anos do jogador na Europa.
Ainda que a amigos o meia assegure o desejo de permanecer no Beira-Rio, a fim de liderar o clube no retorno à Série A, e que mesmo nas férias esteja treinando para se apresentar ao técnico Antônio Carlos Zago, a tendência aponta para a sua saída. Uma negociação, para Inglaterra ou China, é vista com bons olhos nos bastidores colorados.
– Não vamos falar publicamente sobre jogadores antes das decisões serem tomadas. Vocês vão ficar sabendo após os jogadores saberem. Não vamos falar, individualizar situações – respondeu o novo vice de futebol do Inter, Roberto Melo, quando questionado sobre o meia.
Já o presidente eleito Marcelo Medeiros, que será empossado nesta terça-feira, quando questionado sobre Anderson e sobre Alex, declarou:
– A ideia é eles se apresentarem no dia 11 e ver se podem dar o rendimento de uma maneira mais competitiva do que apresentaram em 2016.
Seguir pagando Anderson (ele recebe tudo na carteira de trabalho, sem direito de imagem, o que eleva ainda mais esse investimento mensal) e precisando investir na reconstrução do time será difícil. Rescindir com Anderson parece impossível. Com mais dois anos de vínculo com o Inter, o distrato custaria R$ 12 milhões – e os cofres do clube não estão cheios, com tendência de déficit contábil na casa dos R$ 50 milhões. O Inter encerrou 2016 com uma folha salarial na casa dos R$ 6,5 milhões, mas chegou ao final da gestão sem pagar os vencimentos relativos ao direito de imagem dos atletas dos meses de novembro e de dezembro.
Caso não haja uma oferta pelo jogador, Anderson vai disputar posição no novo Inter de Zago. O clube, porém, seguirá aberto a ofertas. Sobretudo as do Exterior, onde os clubes poderão bancar os vencimentos do camisa 8.
Na marca do pênalti:
Anderson deve permanecer no Inter?
Luiz Zini Pires, colunista de Zero Hora:
Não. Já teve 21 meses para provar se podia jogar em alto nível. E não conseguiu mostrar que pode. Saiu da Premiere League, o campeonato mais globalizado de todos, foi para o Italiano, que perde interesse a cada ano, e não conseguiu se motivar. Vai conseguir se motivar na Série B? Tem de sair para que o Inter mostre essa sua nova cara.
André Silva, repórter da Rádio Gaúcha:
Se fosse o Anderson que o Inter sonhou, quando o contratou há dois anos, com toda a certeza. Agora, o Anderson que vimos por duas temporadas inteiras em Porto Alegre, me parece que não terá muito o que acrescentar ao Inter. Mesmo jogando a Série B, que é uma competição de um nível técnico mais baixo.
André Baibich, colunista de Zero Hora:
Não. O desempenho nas duas últimas temporadas deveria encerrar qualquer dúvida sobre seu futuro. Sou um defensor de que jogadores têm de ser avaliados com calma, considerando o tempo de adaptação necessário para que comecem a render. Após dois anos, porém, não há justificativa para as atuações medíocres de um jogador que, além de ter performance decepcionante, custa demais aos cofres do clube.
Os números de Anderson no Inter
Jogos – 89
Gols – 6
2015
Gauchão (12 jogos)
Brasileirão (30 jogos)
Copa do Brasil (1 jogo, 1 gol)
Libertadores (2 jogos)
2016
Florida Cup (2 jogos)
Gauchão (16 jogos, 3 gols)*
Primeira Liga (4 jogos)*
Brasileirão (20 jogos, 1 gol)
Copa do Brasil (3 jogos, 1 gol)
* O Gre-Nal 409 foi válido pela Primeira Liga e pelo Gauchão
Fonte: Soccerway
O custo Anderson
– Vencimentos mensais: R$ 500 mil
– Recebeu o primeiro salário no Inter em março de 2015
– Já recebeu 23 salários
– Um total de R$ 11,5 milhões
– Se o Inter decidir rescindir com Anderson, terá de pagar R$ 12 milhões
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