Em uma entrevista coletiva na noite desta sexta-feira, o departamento jurídico do Inter se defendeu da acusação da CBF de ter usado e-mails falsificados na denúncia sobre a irregularidade na inscrição do zagueiro Victor Ramos, do Vitória. Além disso, os integrantes da pasta atualizaram a situação sobre o processo, que teve pedido de arquivamento da procuradoria do STJD.
Os advogados Daniel Cravo e Rogério Pastl, somados ao vice jurídico Giovani Gazen e ao diretor jurídico Felipe Dallegrave, afirmaram que haviam optado por não se manifestar sobre a inscrição de Victor Ramos "em respeito ao departamento de futebol", já que "acreditam na conquista em campo". Porém, a notícia do dia sobre o suposto e-mail falsificado obrigou a mudar a estratégia:
– Prezávamos pelo sigilo, pela questão estratégica. Entendemos que é no tribunal que temos de debater. Mas isso merece esclarecimento e não só pela nossa reputação. Jamais na história atuamos de má fé na justiça desportiva – disse Daniel Cravo.
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Os advogados contratados pelo Inter falaram ainda que estão "totalmente à disposição para colaborar na apreciação deste assunto". Eles informaram ainda que se o caso for para a esfera criminal, divulgará a fonte que levou o documento. Na entrevista, limitaram-se a garantir que o e-mail chegou "de uma pessoa que participou da negociação".
Sobre o caso Victor Ramos, Daniel Cravo afirmou que o Vitória sabia do trâmite legal para regularizar a situação do jogador, e que não o fez porque isso impediria o clube de inscrevê-lo a tempo do Campeonato Baiano e teria de pagar por um atleta sem poder utilizá-lo.
– O Monterrey ajustou um contrato apenas em 26 de fevereiro. O contrato com o Vitória foi nesta data, com uma situação irregular, que dizia ter vigência retroativa a 1º de fevereiro. Qual o motivo disto? É que no dia 1º de fevereiro, quando fechava a janela do México, seria criada uma ficção de que o prazo foi respeitado – explicou.
De acordo com Cravo e Pastl, o Vitória começou o processo pela via internacional, mas este procedimento poria em risco a conclusão do negócio.
– Então desistiram e fizeram a transferência doméstica. Isso não é uma infração menor. E há uma razão, que o próprio Inter passou ao Nico López no último dia da janela: tudo custa mais caro. Todos se organizam para contratar na janela, não dá para conceber que se contrate um jogador 20 dias depois do fechamento – comentou Cravo.
Perguntado se considerava esta ação uma retaliação da CBF ao clube e o por que de o Inter só ter apresentado a defesa nas últimas rodadas, o advogado afirmou:
– Inicialmente, não acreditamos que a CBF retalie por pleitearmos um direito. Seria o fim dos mundos. Com relação ao momento, o Inter não sabia dos fatos anteriores. A discussão foi iniciada no Campeonato Baiano. Estes procedimentos começaram no STJD em 19 de abril. Ao pedirmos cópia, é que se deram conta que tinha um despacho publicado em novembro. Ficou parado de junho até novembro, esperando a publicação de uma decisão publicada em um domingo.
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*RÁDIO GAÚCHA