Após a derrota para o Palmeiras, dias atrás, que devolveu o Inter ao Z-4, o vice de futebol do Inter Fernando Carvalho, sentenciou:
– Para sair de uma situação dessas, só fazendo o anormal.
Pois o anormal não aconteceu. O Inter que tropeçou na Ponte Preta foi o Inter de 2016: um time que não sabe vencer, que se entrega à menor pressão e um time abalado – jogadores chorando ao final dos jogos virou cena comum no Beira-Rio. A lógica aponta o Inter na Série B em 2017. perde nos critérios para o Vitória e tem jogos mais complicados que os baianos. Vitorio Piffero entrará para a história como vilão e o novo presidente (o situacionista Pedro Affatato ou o oposicionista Marcelo Medeiros) talvez não fique com o novo treinador, Lisca.
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A propósito: Lisca é bom técnico e merecia uma chance no Inter. Mas não nessa fogueira. Topou o desafio depois que o Inter seguiu à risca a Cartilha do Fracasso: quatro treinadores em 11 meses, com montagem, desmontagem e remontagem do departamento de futebol, além de uma mancheia de jogadores medianos e ruins.
Mas a culpa não é somente de Piffero e de seus erros na condução do clube. Não. A culpa é também do sócio/eleitor colorado. Com o discurso de "o campeão voltou", Vitorio Piffero foi eleito presidente com 71,75% dos votos. Uma vitória maiúscula, respaldada por quem paga a mensalidade e sustenta o clube.
Dos jogos que restam ao Inter, pelo menos dois adversários o enfrentarão cheios de vontade: Corinthians e Cruzeiro. Os corintianos têm motivos de sobra, inclusive a acusação de terem sido prejudicados pelo Inter na última rodada do Brasileirão de 2007, quando o Timão foi à Série B. O Cruzeiro é treinado por Mano Menezes, desafeto declarado de Piffero. Na última rodada, ainda há o Fluminense... que perdeu a Copa do Brasil de 1992 no Beira-Rio... O futuro do Inter é nebuloso. Por sorte, o grupo de 2017 está montado, aconteça o que acontecer, pois quase todos os jogadores seguirão sob contrato.
Sem conseguir fazer o "anormal", o Inter tentará algo metafísico para permanecer entre os grandes. Na bola, porém, a lógica aponta para outros rumos.
* ZH Esportes