Perto dos 39 anos, o zagueiro Fabiano Eller, capitão do Joinville na Série B, fala em prolongar a carreira e não esquece dos seus bons tempos de Inter. Vê a atual crise no Beira-Rio como passageira e diz que “é hora de trabalhar muito e falar pouco”.
Converso com o capixaba Fabiano Eller dos Santos na tarde de sexta-feira, 105 dias antes da comemoração dos seus 39 anos. O zagueiro canhoto estaciona o carro numa rua em Joinville, onde mora, joga e veste a braçadeira de capitão de um time da Série B, 19º na tabela. Ele foi contratado 30 dias atrás em nome da recuperação da equipe catarinense. Estava em Recife, vestia a camisa do Náutico.
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Eller é um líder. Os treinadores o convocam sempre. Sabem que terão paz no vestiário. Sua idade de veterano não é um empecilho. É uma qualidade. Ele fala.
– O problema é a cabeça. Não me sinto como um jogador de 30, 33 ou 38 anos, minha idade. Sou um profissional. Treino como um, não quero moleza nos exercícios ou ganhar séries menores de trabalho nos treinos pela minha idade. Preciso dar exemplo. Sempre foi assim. Sou o primeiro da fila.
Em 21 anos de carreira, Eller, revelado no Linhares, do Espírito Santo, passou por 16 times, entre eles três grandes do Rio, dois de São Paulo e até o Atlético de Madrid.
No Inter, veio, foi e voltou, entre 2006, seu melhor ano, campeão do mundo, e 2007 e depois em 2009 e 2010. Mesmo morando em outro Estado, navegando numa realidade diferente, o Inter não escapa do seu radar. A internet, a TV e as conversas com ex-colegas o ligam ao tenso dia a dia do Beira-Rio.
– Estou longe, mas acompanho quase tudo. Gosto do Inter e tive uma vida feliz e inesquecível no Beira-Rio. Sei que o time não fechou. Não estou lá dentro, não sei se é falta de liderança. Mas posso garantir que não adianta fazer uma série de reuniões. É preciso realizar uma só, grande, definitiva, com todo mundo, jogadores, treinador, direção. Tirar as diferenças. Depois, o negócio é trabalhar. Trabalhar, trabalhar e reclamar pouco. Não adianta falar nestes momentos.
Pergunto se ele tem uma solução:
– A solução é união e trabalho. Foi assim que começamos em 2006. Ninguém acreditava no grupo na pré-temporada na Serra. Todos desconfiavam do nosso trabalho na época. Nos unimos e começamos a vencer. O segredo? União e suor.
Eller não sabe se dias melhores estão próximos dos torcedores colorados. Mas não deseja perder a oportunidade de festejar ao lado dos fãs o aniversário dos 10 anos da conquista do título da Libertadores de 2006, no dia 16 deste mês, no Beira-Rio.
– A passagem está no bolso. Não vou perder a comemoração.
Talvez o encontro em Porto Alegre, Beira-Rio lotado, os campeões, as emoções e as lembranças, tudo misturado, possam servir de inspiração para quem veste vermelho nos diferentes andares do Beira-Rio. O Inter terá todo o returno do Brasileirão pela frente, um oceano de pontos.
– Está tudo na mão dos atletas.
Falou um colorado histórico.
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