Depois de Larry e Caçapava, mais um ídolo colorado se despediu em 2016. Neste sábado, morreu Vacaria, ex-jogador do Inter da década de 70, aos 67 anos, por falência múltipla dos órgãos no Hospital da Unimed, em Canoas.
O velório se realiza no Cemitério Ecumênico de São Leopoldo (Av. Theodomiro Porto da Fonseca, 3249), e o sepultamento será no mesmo local, às 16h deste domingo.
Vacaria estava em coma induzido desde a manhã deste sábado e não resistiu. O ex-jogador tinha um histórico de problemas de saúde. Em 2013, ele sofreu um AVC e foi internado em Santa Catarina. No ano passado, foi encontrado desacordado em casa pela família, diagnosticado com hepatite C e internado em Novo Hamburgo.
Leia mais:
Ex-companheiros de Inter relembram Vacaria e lamentam morte: "Perdemos um guerreiro"
40 anos de um time iluminado: como o Inter de 1975 conquistou o Brasil
Em nota, o Inter lamentou a morte do ex-jogador e afirmou que "Vacaria foi um dos maiores laterais-esquerdos do futebol brasileiro". Como jogador do clube, ídolo colorado foi hexacampeão gaúcho e bicampeão brasileiro.
Olavo Dorico Vieira nasceu em Urussanga, Santa Catarina, em 26 de janeiro de 1949. Começou a jogar futebol aos 16 anos no Glória de Vacaria. Em 1968, aos 18, tornou-se profissional e foi para o 14 de Julho de Passo Fundo. Foi no clube do interior que Olavo se tornou Vacaria, apelido que o acompanharia pelo resto de sua carreira. "No ambiente de vestiário todo mundo tem que ter um apelido, então o pessoal começou a me chamar de Vacaria, pois eu joguei antes no Glória. O nome pegou e até hoje eu o carrego com muito orgulho", dizia o ex-jogador.
Em 1970, após uma grande temporada pelo 14 de Julho, onde terminou como um dos artilheiros do interior, Vacaria veio para o Inter. Apesar de ter feito parte do grupo campeão gaúcho nos anos de 70 e 71, o lateral não se firmou como titular e foi emprestado ao Figueirense em 1972. No time catarinense, Vacaria teve uma grande passagem, conquistou o título estadual e chamou a atenção das equipes de São Paulo e Rio de Janeiro. "Fui para o Figueirense em 1972 e três meses depois da minha chegada já era considerado o melhor jogador de Santa Catarina. Logo, o São Paulo, o Palmeiras e o Botafogo começaram a se interessar por mim, mas os dirigentes do Figueirense disseram que não podiam me negociar, pois eu pertencia ao Inter e estava lá de empréstimo", contou Vacaria à Revista do Inter, em matéria publicada na edição 73.
No ano seguinte, o atleta retornou ao Inter e se tornou titular absoluto das equipes comandadas por Dino Sani (1973-1974) e Rubens Minelli (1975-1976). Ao lado de craques como Valdomiro, Carpegiani, Caçapava, Falcão e Figueroa, Vacaria participou do time que conquistou o bicampeonato brasileiro (1975-1976) e o octacampeonato gaúcho (1976). Na opinião do lateral, a qualidade e a união do grupo foram fatores diferenciais para o sucesso. "O grau daquela turma fazia a diferença. Além disso, éramos muito unidos, sempre procurávamos ajudar um ao outro e tínhamos uma determinação muito grande durante o jogo. Foi fantástico trabalhar com aquele grupo", destacava o ex-atleta.
Em 1977, o jogador foi para o Palmeiras e fez parte da equipe vice-campeã brasileira em 1978. No início da década seguinte, abandonou a carreira de atleta e tornou-se treinador. Como técnico passou por equipes do interior gaúcho e de Santa Catarina. Em 1998, foi campeão catarinense pelo Criciúma. Nos últimos anos, trabalhou no Inter, no departamento de relacionamento social, participando de viagens aos consulados do clube.