A demissão de Argel Fucks é questão de tempo. Depende só de a direção encontrar novo treinador. O cenário da quinta derrota em seis partidas (neste domingo, para o Santa Cruz, por 1 a 0, no Arruda) é assustador por escancarar uma regressão, após mais de um ano de trabalho.
A meta, agora, passa a ser alcançar os 42 pontos que livrariam o clube do primeiro rebaixamento de sua história. É o cenário atual. Um ponto em 18 disputados é campanha evidente de segundona. Apenas cinco pontos separam o Inter da zona degola. Se o Palmeiras vencer o Santos, a distância para o líder vai a 11 pontos. É um adeus ao título.
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A derrota para um dos piores times do campeonato, que é o Santa Cruz, não deve ser analisado pelo resultado. O problema é a desordem tática e a desorganização coletiva, expressas na ausência de chances de gol, de troca de passes, de jogadas ensaiadas. Vem sendo assim desde a vitória contra o Atlético-MG, a última no campeonato: um declínio constante, uma sensação de desagregação, independentemente da relação de Argel com seus jogadores, que parece ser boa. Mas não se trata disso.
Em vez de evoluir, o Inter regride a cada jogo. Não é exagero afirmar que o Inter não fez absolutamente nada, sob qualquer ponto de vista. Uma conclusão, quase ao final do segundo tempo, na pressão tipo "salve-se quem puder", de Sasha, na trave, não dá para considerar como algo criativo em termos coletivos.
O Inter não precisava estar lutando por título, pelas carências de elenco, mas tinha obrigação de ter um padrão mínimo, capaz de fazê-lo se impor ao menos diante dos times do Z-4. Mas não: o Inter agora naufraga diante delas, como contra o Botafogo e Santa Cruz.
Antes, o Inter exibia deficiências, mas ainda dava para admitir que isso decorria do modelo imaginado pelo seu técnico, de bola aérea, ligação direta e saída só pelos lados, abrindo mão do jogo no meio-campo. A aposta no rebote, em suma. Só que o cenário se agravou.
Na tarde deste domingo, no Arruda, nem isso. O estreante Ariel morreu à míngua. Vitinho, Ferrareis e Sasha só tentaram jogadas individuais. Não houve aproximação, triangulações, nada. O jogador da bola dava o passe e parava.
Em vários momentos se via todos caminhando, sem deslocamentos, enquanto o homem do passe era obrigado a recuar. Nada é mais grave do que ser estático no no mundo da bola. Quando o Inter conseguia algo em Recife, era só na base da bola na área, até partindo de Muriel ou diretamente na cobrança de lateral.
O que o Inter tem praticado, e que culminou na quinta derrota em seis jogos, não é futebol. Só não chamo de balonismo em respeito aos praticantes desse esporte.
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