Entrevistei China Balbino antes do empate em 0 a 0 com o Inter. Aconteceu o que ele previu: marcação forte, sem jamais deixar de agredir o adversário.
Houve chances de gol para os dois lados, embora a posse de bola tenha sido do Inter. Ficar com a bola não é sinônimo de controle. A produção ofensiva é o que determina essa condição: o objetivo do futebol é marcar gols.
O São José se defende, mas sem retranca. E por que razão o São José amarrou o Inter? China nunca abre mão de dois jogadores de profundidade. Depende de quem está mais perto do corredor: Diego Torres, Heliardo ou Jô.
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Do trio, um trabalha por dentro. Mais vezes Diego, mas nem sempre. Quando a bola é retomada, o jogador da posse os procura no flanco. Não precisa nem olhar: eles estarão aptos a serem acionados.
Outro segredo crucial é o rebote. A segunda bola é sempre do Zequinha, que povoa bem a faixa central. Por isso o Inter quase entregou os doces. Sasha, Aylon, Andrigo e Vitinho jogaram de costas para o gol.
Eles trocaram menos de posição do que deveriam. Facilitaram uma marcação que já é ótima, em vez de construir o espaço. Partiram para a jogada individual. Assim, o Inter voltou aos cruzamentos. E perdeu o rebote para o São José.
O que o Inter tem de fazer, então?
Não ter vergonha de adotar uma estratégia cautelosa, sem propor o jogo o tempo todo na grama sintética, mesmo que esse seja o papel do time grande contra o pequeno. Será preciso humildade, mas não sei se a torcida aceitará uma postura assim sem vaias. O São José tem problemas quando precisa propor as ações.
Por isso vai até melhor fora de casa: 2 a 0 na Arena e seis no São Paulo, em Rio Grande. Sem a humildade da estratégia, tirando o São José de sua zona de conforto, o Inter pode se complicar. Mesmo que não tenha sofrido o gol qualificado desta versão gaúcha do Leicester inglês.
