Mais que o vacilo na etapa final, o empate do Inter em 1 a 1 diante o São Paulo-RG no Beira-Rio deixou evidente a falta de qualidade na articulação do meio de campo e a ausência de um finalizador. Eduardo Sasha conseguiu fazer o seu gol, chegou a sete na temporada, 14 ao todo na história do novo estádio. Contudo, vem do técnico Argel a definição para a tarde oscilante de sua equipe:
– Poderíamos estar em um estágio melhor. Principalmente porque estamos reconstruindo uma equipe, uma forma de jogar. Temos de ter humildade e simplicidade para entendermos que precisamos melhorar. Dominamos, tivemos o controle do jogo, criamos 15 chances, mas só fizemos uma bola entrar no gol. Eles tiveram uma chance e marcaram. Falta caprichar na finalização – disse o treinador. – Precisamos de um 9, de um 10. Mas não vou ficar aqui batendo isso todo o dia. Isso é trabalho do departamento de futebol. E eles estão trabalhando. Quanto antes eles chegarem, melhor – completou Argel.
Leia mais:
Inter vacila na etapa final e fica no empate com o São Paulo-RG
As lamentações contra São Paulo-RG: "Erramos muito"
Inter x São Paulo: estatísticas, renda e público, saiba como foi a partida
Pelas declarações de Carlos Pellegrini, Argel ainda terá de esperar por estes dois jogadores. O vice de futebol avaliou como falta de sorte o empate no Beira-Rio e não se furtou ao declarar que o Inter está atento ao mercado e atrás de jogadores para as posições pedidas pelo treinador. Deixou em aberto, apenas, nomes e a data de desembarque de uma grife, um atleta para lotar aeroporto, como se comenta nos bastidores do Beira-Rio a cada dia.
– O time do São Paulo é perigoso e veio jogar por uma bola. Foi um azar. Aquela bola do Aylon no pé da trave ia liquidar a partida. Futebol é assim, não faz acaba levando – avaliou o vice de futebol do Inter. – Estamos em negociação com jogadores, mas não vamos apressar nada – resumiu Carlos Pellegrini.
Há três nomes na pauta de prioridades do Inter. Para o meio de campo, a pedido do técnico Argel, o departamento de futebol observa o desenrolar da crise no São Paulo para seduzir Michel Bastos a deixar o Morumbi. Como atua como segundo volante, lateral-esquerdo ou meia-atacante, seria nome para atuar ao lado de Anderson. As atuações de Andrigo e Alisson Farias têm agradado, mas a visão da direção é que ainda precisam de maturidade para assumirem o protagonismo no Inter. No ataque, o colombiano Téo Gutierrez e o boliviano Marcelo Moreno são as alternativas. Acontece que a dupla chegaria a Porto Alegre apenas no meio do ano. Moreno tem a situação mais complicada. Com contrato com o Changchun Yatai até novembro, poderia assinar um pré-contrato com o Inter já em maio. Teria, assim, de forçar sua saída da China.
A imprensa portuguesa dá como certa a saída de Gutierrez do Sporting, de Lisboa. As atuações do campeão da Libertadores pelo River Plate e os sete gols marcados em 23 jogos não agradam a torcida. O Inter teria de desembolsar cerca de 2 milhões de euros (R$ 7,9 milhões) ou usar da criatividade para contar com o artilheio de 30 anos. O zagueiro Réver esteve entre os desejos dos europeus no início do ano. O Inter não aceitou qualquer transação porque os portugueses desejavam um empréstimo e não a compra em definitivo. Segundo o jornal Record, Gutierrez recebe 1,3 milhão de euros (R$ 5,19 milhões) anuais – cifra próxima a R$ 430 mil mensais.
– É um nome que interessa, mas não conta com unanimidade da direção. Há informações de que Gutierrez tem problemas extracampo – apontou uma pessoa ligada à negociação.
