O técnico Diego Aguirre tem um grande mérito em 2015: arrumou o Inter. Mas, infelizmente, tem um demérito também: desarrumou o Inter.
Durante todo o ano passado, a equipe de Abel tocava a bola, tocava a bola, então passava a tocar a bola e, cansado de tocar a bola, tocava um pouco mais a bola. Sem velocidade alguma, entrou na Libertadores empurrada pelo Beira-Rio lotado em partidas com ingresso reduzido.
Neste ano, Aguirre custou a dar nova forma ao time. Mas, a partir do Gre-Nal decisivo do Gauchão, encontrou uma boa formação com Dourado e Aránguiz no meio, um trio formado por Valdívia na esquerda, DAle no meio e Sasha na direita, e Nilmar à frente. Quando Nilmar não podia jogar, Lisandro López era seu substituto - não seu companheiro de ataque.
O Colorado perdeu posse de bola, é verdade, mas passou a ter velocidade e objetividade - características importantes no futebol atual. Ainda que o time não tivesse a constância ideal, dava a impressão de ter encontrado um novo caminho.
Então, feita a ressalva das lesões que a equipe sofreu, Aguirre passou a bagunçar o time que ele mesmo formatou. Valdívia, inexplicavelmente, perdeu espaço em campo e ganhou assento no banco de reservas. Sasha não começou a partida contra o Tigres, no México. Lisandro López, que há tempos não faz grandes jornadas, se tornou o jogador preferencial do técnico. É tanta paixão do uruguaio pelo argentino que não é de duvidar que faça serenatas madrugada afora debaixo de sua janela.
Com López e Nilmar jogando juntos, nem o meio-campo funciona direito, nem o ataque. A capacidade de marcação no meio desandou, prejudicada ainda pela distância entre as linhas de defesa e de meio-campo. O esquema no qual Sasha e Valdívia ajudavam a marcar e zuniam para o ataque com a bola nos pés deixou de existir.
A pergunta é: por quê? POR QUÊ?
*
Acompanhe as informações do Inter através do Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
IOS
