Em busca de uma camisa do Vasco, de 1993, o vendedor Rodrigo Ferreira parou um mendigo sob o viaduto do Monte Cristo, em Florianópolis, e pagou R$ 15 para aumentar a sua coleção. Amanhã, ele e outros apaixonados estarão no 3º encontro de colecionadores de camisas de futebol de Santa Catarina, em Floripa para contar histórias, experiências e, quem sabe, fazer negócio na base da troca.
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- Sempre ganhei as camisas do Vasco, mas virei colecionador há cinco anos. Há um ano e meio, um morador de rua passou com a camisa número 7, da Finta, que era usada pelo atacante Valdir Bigode e fui obrigado a comprá-la - conta Rodrigo.
Aos 28 anos, ele tem uma coleção de 130 camisas - 92 do Vasco. Ele divide a adoração pelo clube carioca com o Figueirense - são 20 modelos do clube do Estreito.
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O evento tem a presença confirmada de 16 colecionadores de todo o Estado. Serão mais de 1,2 mil camisas em exposição. Tem dos clubes brasileiros mais tradicionais, das diferentes séries do Brasileirão e dos estrangeiros.
R$ 700 por uma do Romário
Cada colecionador tem uma história de superação ou aventura para aumentar o seu acervo. Rodrigo guarda as camisas, separadamente, por cabide e com uma proteção plástica. O vendedor fala com carinho de uma camisa do ídolo Romário.
- Demorei um tempo para conseguir a edição comemorativa dos mil gols do Romário. Como foi uma produção limitada da Reebok, acabei pagando R$ 700 - revelou.
O encontro tem entrada gratuita e quem tiver uma raridade pode levar para trocá-la.
Trocou o escritório pelas lojas de materiais esportivos
Natanael Perorck trabalhava em um escritório de uma financeira, mas sempre foi um apaixonado por futebol. Mas em vez de jogar bola, é o típico torcedor de arquibancada. Ele prefere assistir ao espetáculo.
Foi assim que o colecionador deixou a camisa social do escritório e passou a trabalhar como representante comercial, comprando e vendendo os uniformes dos clubes.
- Sou corintiano, mas não sou clubista. Passei a viver da minha paixão e, atualmente, trabalho com cachecóis e flâmulas. Tenho cerca de 500 cachecóis e 500 flâmulas, basicamente, de clubes estrangeiros - comentou.
Cada cachecol custa em média R$ 40 e a flâmula sai por R$ 6.
Cristiano investiu R$ 27 mil
Apaixonado pelo Avaí, o vendedor Cristiano de Oliveira, 37 anos, tem 322 camisas de clubes de futebol, com mais algumas de seleções completando a lista. As favoritas são do Leão da Ilha. A favorita é uma 10, de 1992, quando o time perdeu a final do Catarinense para o Brusque.
- Quando comecei a namorar, só ganhava de presente as camisas do Avaí. Mas também já teve época de gastar mais de R$ 700 por mês, porque comprava uma média de seis camisas. A mais cara foi uma camisa do Avaí, da Adidas, de 1982, de número três, que paguei R$ 200 - lembrou.
O primeiro exemplar da coleção foi comprado, em 2002, e foi da seleção da Croácia. Cristiano ainda procura por uma edição especial. Ele está atrás de uma camisa avaiana réplica da camisa do Bragantino, vice-campeão brasileiro de 1991.
Atentos aos detalhes
Mais do que discutir as diferentes camisas, os colecionadores também percebem a evolução do material esportivo. O professor Leandro Romansini, 34 anos, observou que a atual camisa do Joinville tem três furinhos na altura da "asa" do atleta. O primeiro deles foi decorado com um coelho, que é o mascote do clube.
- Quando a gente começa a colecionar percebemos as diferenças entre um exemplar de loja e o outro que foi utilizado em campo. As mais antigas com os números de reservas são as mais valorizadas, porque não eram vendidas e para encontrar é um trabalho de garimpagem - revelou.
Prefere nem contar Leandro não gosta de contar a coleção, mas deve ter umas 200 em casa. Entre as raridades, uma do Almirante Barroso, de 1971, time de Itajaí. A preferida é uma do Flamengo, de 1987, da Adidas e com o número 15.
- Paguei R$ 600 por essa camisa do Mengão, mas o meu foco também são as equipes de Santa Catarina. Outra especial é uma do Santos autografada pelo Neymar - contou o também torcedor da Chapecoense.
Participe
O que: 3º Encontro de colecionadores de camisas de Futebol de Santa Catarina
Quando: sábado, das 14h às 18h, AABB bairro Coqueiros
Quem: 16 colecionadores confirmados e mais de 1,2 mil exemplares previstos Quanto: Entrada franca, com possibilidade de negociação e troca de camisas