A diretoria do Inter decidiu negociar o lateral-esquerdo Fabrício pela confusão que ele protagonizou com a torcida no jogo diante do Ypiranga, pelo Gauchão, na última quarta-feira. Em entrevista coletiva no Estádio Beira-Rio, o presidente Vitorio Piffero afirmou que a diretoria se reuniu com o empresário do jogador, Bruno Paiva, e relatou a decisão.
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- Conversamos longamente com o empresário do Fabrício. Ele relata que está profundamente arrependido e se manifestará oportunamente. Não teve condições de voltar a Porto Alegre. Fabrício é patrimônio do Inter, temos 50% dos direitos dele e não vamos rasgar este patrimônio. A partir de agora, o empresário está autorizado a negociar o jogador, seja por empréstimo, seja para compra - disse Piffero.
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Na sequência, Piffero explicou o que motivou a saída do jogador:
- Não tem condições. É inviável. É um símbolo do clube (a camisa que Fabrício atirou no chão). Em termos de futebol, não é a melhor decisão para o time, mas é para o clube. E respeitando também o jogador, que prestou excelentes serviços, mas que teve um dia de raiva e feriu demais o clube.
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Conforme Piffero, a procura pelo lateral já é grande e ele acredita que a troca de clube possa ocorrer ainda nesta semana. Especula-se interesse do Galatasaray, da Turquia, Palmeiras, São Paulo, Santos e Flamengo. Segundo ele, Fabrício deve sofrer uma "desvalorização momentânea" e, em caso de empréstimo, não irá arcar com parte do salário.
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O dirigente disse ainda que a opção de demissão por justa causa poderia causar dificuldades com a Justiça e garantiu que a situação não "entra" no vestiário colorado. Piffero reforçou que o clube segue apostando nas categorias de base e apenas informou que analisa "permanentemente" o mercado.
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- Esta decisão é a melhor até mesmo para o Fabrício. E isso os jogadores vão entender. A atitude é que fugiu ao controle dele. Este episódio não afetou o vestiário, e sim o clube. Liguei para o Diego Aguirre acho que na quinta-feira de noite, ou sexta, e esclareci que a decisão estava tomada. Ele disse: "Já entendi". - declarou Piffero.
Sobre as suspeitas de racismo contra o jogador, o presidente se limitou a dizer que irá esperar pela denúncia, mas que pelo que foi visto nas imagens "não há nada disso".
Relembre o caso
No jogo atrasado da sexta rodada do Gauchão 2015 contra o Ypiranga, aos 18 minutos do segundo tempo, em um lance no lado do campo, Fabrício notou as vaias da torcida nas arquibancadas inferiores do Beira-Rio e abdicou da bola que tinha sob seu domínio. Passou para D'Alessandro e virou-se para o público, fazendo gestos obscenos.
Ao presenciar a situação, o árbitro Luís Teixeira Rocha mostrou o cartão vermelho para o jogador. Em um gesto de fúria, Fabrício tirou a camiseta dentro de campo e jogou-a no gramado. Juan ainda tentou conter o companheiro, mas sem sucesso. Ao longo do trajeto de saída do gramado, o lateral foi envolvido pelos jogadores. Porém, antes de entrar no túnel para os vestiários, voltou a acenar para a torcida e disparou:
- Eu vou embora. Vai tomar no c***.
Permanência inviável
Após briga de Fabrício com a torcida, Inter decide negociar o jogador
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