Luiz Zini Pires: o Inter 100% brasileiro não funciona

O Inter teve duas, três, quatro vezes a bola do jogo na Nova Fonte Nova. Perdeu todas, chutou errado, acertou o poste, o travessão. Leandro Damião conseguiu carimbar duas vezes o travessão com um só chute.

JOGO AO VIVO: relembre os lances de Bahia x Inter
CRÔNICA: Inter é derrotado pelo Bahia por 2 a 0 em Salvador

A ineficiência ofensiva colorada abriu as portas da lenta e desarticulada defesa, que sofreu dois gols no começo e no final do segundo tempo. A vitória do frágil Bahia, a segunda em Salvador desde 1990, não surpreendeu ninguém. O time de Dunga faz um Brasileirão irregular, com partidas discretas e derrotas incríveis, como a desta quarta-feira. O G-4 se afasta aos poucos.

Dunga não é o treinador que os dirigentes esperavam. A torcida extravasa nas redes sociais o descontentamento pela má campanha da equipe. O treinador já disse que sai no final do ano. Ninguém sabe se a direção irá segurar o treinador, mesmo que os dirigentes digam que os problemas não estão localizados na comissão técnica.

COMENTE NO BLOG DO ZINI

Quem via o Inter em campo no primeiro tempo não o reconhecia. Com três volantes, o time estava amarrado, atado, com bolas de chumbo nos pés e errava a maioria dos passes, assim como o adversário. O jovem Otávio precisa aprender a concluir.

Alex não é D’Alessandro - como fazem falta o número 10, seu conterrâneo Scocco e o goleador uruguaio Forlán. Alex, em má fase depois de uma longa jornada no Oriente Médio, não dá alento ao time. O meia canhoto não pensou o jogo, não criou. Foi quase igual aos inativos laterais.

Solitário, Leandro Damião faz o possível no ataque. Lutou, foi leão, acertou bolas na trave. Quando teve o apoio de Caio, ganhou um companheiro. Caio poderia ter entrado antes, talvez no intervalo.

Dunga está sob pressão. O Inter não anima. Perder para o Bahia em 2013, mesmo na Bahia, frustra até o mais confiante a animado torcedor.