Durante 44 horas, entre sábado (21) e segunda-feira (23), o Grêmio viveu um ambiente de tensão nas conversas com o técnico Pedro Caixinha e viu a negociação com ele ir por água abaixo. Horas depois da desistência da direção gremista nas conversas, o português foi anunciado pelo Santos.
Em entrevista exclusiva a Zero Hora e Rádio Gaúcha, o presidente Alberto Guerra contou detalhes das idas e vindas do negócio.
— O que eu posso dizer é que o Grêmio atendeu todas as exigências até segunda-feira (23), ao meio-dia, quando foi pedido: "Ou se assina ou estamos fora". Foi quando (os empresários do técnico) disseram que não assinariam e duas horas depois o anunciaram no Santos. Então, isso nos leva a crer que eles estavam sim negociando em paralelo e, obviamente, lá deve ter tido uma oferta maior.
Guerra fez questão de destacar que o clube deseja um treinador que não venha a Porto Alegre apenas "por dinheiro".
— Importante dizer que o Grêmio não entra em leilão. Somos muito diligentes com as coisas do Grêmio. Poderíamos anunciar qualquer treinador a qualquer momento, aceitando condições financeiras muito mais altas que o mercado oferece. Essa não é nossa maneira de atuar. Apesar de o Grêmio ser um dos maiores e melhores pagadores de treinadores do Brasil, a gente sempre explica para o técnico que quem vem para cá não é por dinheiro. É um projeto, e a gente espera isso de qualquer profissional que seja contratado no clube — disse.
Questionado sobre como se sentiu após ver Caixinha ser anunciado pelo clube paulista horas depois das conversas com o Tricolor, Guerra afirmou estar sereno com a situação.
— Me sinto tranquilo, o Grêmio fez tudo certo. Eu não sofro por aquilo que eu não controlo. Foi uma opção do treinador ter ido para uma proposta financeira maior, que seja feliz lá, e acho que ficou muito bom para o Grêmio também — afirmou.
O presidente também confirmou que Caixinha pediu benefícios como passagens aéreas para familiares, valor extra para aluguel de imóvel, carro alugado e até o pagamento, por parte do Grêmio, de custas de uma ação judicial do treinador contra um clube.
— Teve. Teve bastante destes pedidos, que eram ultrapassados e depois voltavam. Nitidamente para ganhar tempo porque alguma coisa estava acontecendo paralelamente — concluiu.
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