Grêmio e Flamengo farão um jogo de risco neste domingo, às 18h30min, na Arena. As ambições de cada clube neste restante de 2024 são bem diferentes, mas a situação de momento é semelhante. Mesmo que 17 pontos separem os times na tabela — os cariocas são os quartos, com 45 pontos, enquanto o Tricolor está na 14ª colocação —, as duas equipes convivem com a pressão por melhores resultados para apaziguar o ambiente.
O que torna o jogo deste domingo tenso para o Grêmio é a sequência recente. Depois de dar indícios de melhora e até surgir a esperança de que seria possível brigar pela Libertadores, os dois últimos resultados trouxeram de volta a pressão para o lado azul no mês de setembro.
As cobranças surgiram depois de uma partida que teve o Tricolor em vantagem por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, no dia que se comemorava o retorno do clube à Arena, mas que terminou em decepção com a virada sofrida nos minutos finais para a equipe mineira.
O empate com o Bragantino também serviu para mostrar as mesmas fragilidades. Sem as opções prioritárias da defesa, o setor não suportou e vazou duas vezes depois do time ficar em vantagem. O empate em 2 a 2 manteve o Z-4 no retrovisor gremista.
— Ninguém vai considerar um fracasso total o Grêmio não ganhar a Libertadores, não ganhar o Campeonato Brasileiro. O Grêmio teve um início de ano complicado, diante dos jogadores que perdeu, de ter recebido os jogadores importantes já com a temporada em andamento, já numa situação difícil, tudo que aconteceu no Rio Grande do Sul, que obviamente tem um impacto, ficou sem casa muito tempo, enfim, tudo isso pesa muito — comentou Carlos Mansur, comentarista do Grupo Globo.
E aí veio o golpe desta semana. Com Renato Portaluppi suspenso, Alexandre Mendes foi afastado na última quarta-feira após vir a público que ele é investigado por uma suposta violência doméstica contra uma ex-companheira. A direção agiu rapidamente e afastou o profissional enquanto a apuração é feita pelos órgãos competentes. Marcelo Salles será o responsável por comandar o time na beira do campo, com o suporte do auxiliar James Freitas na casamata.
Em relação ao time, a previsão é de que a dupla de defesa titular seja desfalque novamente. Suspenso, Jemerson está fora da partida. Rodrigo Ely também deve seguir em tratamento. Com isso, Kannemann e Gustavo Martins retornam ao time. O restante da equipe deve ter a mesma escalação das últimas partidas, com a dupla Monsalve e Cristaldo junta no meio de campo para abastecer Braithwaite.
No caso do Flamengo, além do ambiente tumultuado, o problema está na falta de opções. O grupo foi desmantelado por lesões. Cebolinha, Pedro, Viña, Michael, Luis Araújo e provavelmente Gabigol não estarão em Porto Alegre como alternativas a Tite, o que torna a situação da equipe carioca ainda mais delicada. Após a derrota na última quinta-feira para o Peñarol por 1 a 0 no Maracanã, e o jogo de volta marcado para a próxima semana, a partida em Porto Alegre contra o Grêmio ganhou ares de decisão.
— O Flamengo está contra a parede. A situação desse jogo é de uma extrema pressão, depois do resultado do meio da semana. E acho que o Grêmio, para realizar o que precisa realizar agora, que é se colocar numa situação melhor em termos de tabela, acredito que é perfeitamente ao alcance. Ele tem menos jogos que os outros, ele tem jogadores talentosos que foram incorporados ao elenco, tem alguma questão ali de balancear, de equilibrar o time entre o jogo sem bola e com bola, porque são muitos jogadores mais leves do meio pra frente, mas também esse aspecto me parece mais atingível a meta que se coloca a partir de agora para o Grêmio — projetou Mansur.
O clima é de pressão total no trabalho da comissão técnica de Tite. Com eleições para escolher o próximo presidente do clube em dezembro, os candidatos no processo já vazaram para a imprensa carioca que a permanência do técnico gaúcho para 2025 é pouco provável. A não ser em caso de conquista de alguns dos títulos de expressão ainda em disputa.
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