O Grêmio apenas empatou com o Corinthians no tempo normal e acabou eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira (7), em Curitiba. No Couto Pereira, o Tricolor voltou a ter dificuldade criativa diante de um adversário fechado e não conseguiu tirar o zero do placar que poderia ter garantido a classificação antes dos pênaltis. O Desenho Tático de Zero Hora analisa a estratégia de Ramón Diaz no duelo com Renato Portaluppi.
Depois de tentar uma formação com três volantes no jogo de ida, em Itaquera, Ramón Diaz voltou a escalar um trio de zagueiros na partida desta quarta-feira, na qual optou por preservar alguns titulares priorizando a disputa para sair da parte de baixo da classificação do Brasileirão.
Com André Ramalho preservado, Cacá, Gustavo Henrique e Félix Torres formaram o trio de zagueiros. Matheuzinho ocupou a ala direita com Matheus Bidu na esquerda. Charles e Ryan foram os volantes que deram sustentação para o meia Igor Coronado (o argentino Garro também foi preservado) no 3-4-1-2 de Ramón Diaz. A dupla de ataque teve Pedro Henrique e Romero. Já Renato Portaluppi manteve o seus 3-4-2-1 tendo na volta de Kannemann no lugar de Geromel a única mudança em relação ao confronto de ida.
Como Grêmio e Corinthians começaram o jogo:
Como havia acontecido em Itaquera após a expulsão de Raniele, o Corinthians teve no Couto Pereira uma postura bastante defensiva. Marcando em linhas baixas, o time permitiu ao Tricolor ter a posse de bola e ficar com a obrigação de propor o jogo. Quando tinha a bola, o Corinthians buscava passes longos para Romero e Pedro Henrique, que jogavam em cima dos zagueiros de lado do Grêmio, Ely pela direita e Kannemann pela esquerda. Jemerson acabava ficando na sobra, mas a movimentação dos corintianos abria o trio de zagueiros gerando espaço entre eles.
O Corinthians foi melhor no começo do jogo. O Grêmio melhorou a partir do momento que começou a encontrar passes para sair de trás. Jemerson foi importante nesse momento aproveitando a liberdade dada pelo Corinthians. Apesar da melhora, o Tricolor teve apenas uma chance clara nos primeiros 45 minutos, com Soteldo, defendida por Hugo Souza.
No total, o Grêmio teve onze finalizações no primeiro tempo, mas apenas duas foram no gol de Hugo Souza. O Timão finalizou duas, uma no alvo, em boa defesa de Marchesín. A posse de bola gremista foi de 54%.
Segundo tempo
Vendo o espaço que o Grêmio passou a encontrar no meio-campo a partir da segunda metade da etapa inicial, Ramón Díaz voltou do intervalo com o volante Breno Bidon no lugar do meia Igor Coronado. O Timão passou, então, a ter um trio de volantes no meio-campo. Renato mexeu apenas aos 18, quando abriu mão do sistema de três zagueiros com a saída do amarelado Kannemann para a entrada de Diego Costa. Dodi entrou por Carballo no meio-campo.
O Grêmio, então, passou a jogar no 4-2-3-1 e viu se repetir o filme do jogo de ida. A mudança ofensiva não deu ao Tricolor um maior poder criativo e, ainda, abriu espaços na defesa. O Corinthians levou maior perigo na reta final do jogo.
O Grêmio seguiu tendo mais a bola, mas faltaram movimentos para gerar espaços entre as linhas do Corinthians e fazer a bola chegar a Diego Costa em condição de finalização. O centroavante ficou 26 minutos em campo e não chutou ao gol.
Renato tinha no banco como opções ofensivas os extremas Nathan Fernandes e Aravena e o meia Monsalve, mas optou por apenas mais uma troca, a saída de João Pedro para a entrada de Edenilson para ser um dos batedores de pênaltis. O colombiano seria opção para dar maior criatividade ao time podendo entrar no lugar de Cristaldo ou mesmo ao lado do argentino.
Renato disse após a partida que não colocou Monsalve ao lado de Cristaldo porque o colombiano teria de marcar um lateral caso entrasse no lugar de um dos extremas. Naquele momento do jogo, porém, o Corinthians tinha uma linha de cinco defensores mais o zagueiro Ramalho jogando como volante. Era possível organizar o time com Monsalve e Cristaldo por dentro deixando com que a marcação do ala corintiano que sobrasse fosse feita diretamente pelo lateral gremista do mesmo lado já que era um momento para o time gaúcho ocupar o campo de ataque em busca do gol da vitória.
No segundo tempo, o Grêmio teve a mesma posse de bola do primeiro, de 54%, mas finalizou menos que na etapa inicial. Foram apenas cinco finalizações no segundo tempo contra nove do Corinthians. O meia Garro entrou apenas nos minutos finais para ser um dos batedores de pênaltis do Timão e criou duas jogadas que geraram chances perigosas para os paulistas.
O Corinthians foi mais competente nos pênaltis e ficou com a vaga mesmo poupando alguns titulares do jogo desta quarta-feira. Para o Grêmio ficou a missão para Renato Portaluppi encontrar o equilíbrio entre defender bem, o que tem acontecido desde a utilização do sistema com três zagueiros, com conseguiur construir jogo diante de adversários fechados. O cenário de um adversário fechado deverá se repetir no jogo de ida da Libertadores contra o Fluminense, na próxima terça-feira, em Curitiba.