Dezenas de gremistas se despedem do patrono Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, neste domingo (25). O velório ocorre desde as 9h e segue até as 15h, no saguão A da Arena do Grêmio. Depois disso, o corpo do ex-dirigente será velado no cemitério da Santa Casa, em cerimônia para os familiares.
Cacalo faleceu neste sábado (24) em Porto Alegre. Ele tinha 73 anos e deixa três filhos, Eduardo, Roberto e Rafael.
Um dos presentes no velório de Cacalo, Denis Abrahão, também ex-dirigente gremista, lamentou a morte do amigo e ídolo do Grêmio.
— É difícil falar, mas é obrigatório quando se trata de Cacalo. Um dos maiores dirigentes da história do Grêmio, dedicou sua vida ao clube. O legado que ele deixa é inigualável. Para dar continuidade nisso, nós vamos ter que ser muito fortes.
Além de fazer história no Grêmio, Cacalo atuou como advogado e radialista. Ele foi convidado pelo então diretor da Rádio Gaúcha, Armindo Antonio Ranzolin, para participar do Sala de Redação em 2001. Na época, ele já estava afastado do Grêmio e atuava como colunista do Diário Gaúcho — assinou a coluna Paixão Tricolor desde 2000, ano do lançamento do jornal.
— Um dia triste para nós do Grupo RBS. Tinha uma presença marcante, era um dos grandes expoentes do Sala de Redação. Então é um momento de dor. O Cacalo, como grande gremista, fez muitos gremistas pisarem na Arena hoje, antes mesmo do Grêmio (o retorno dos jogos na Arena está previsto para o dia 1 de setembro). É um simbolismo que me emociona — comentou Claudio Toigo, CEO do Grupo RBS, no velório de Cacalo.
Da mesma forma, Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Gestão e publisher do Grupo RBS, destacou:
— Cacalo vai para a eternidade com uma missão cumprida como profissional do direito, como pai de família e com brilhantismo na sua paixão pelo Grêmio. Ele teve muitas conquistas na área do futebol, foi um dirigente muito competente, com muita paixão e conquistas, dedicando a vida inteira para o Grêmio. E não foi diferente como comunicador. A gente teve a felicidade de trazer o Cacalo para a nossa convivência, exercendo aquela paixão também nos microfones, na televisão, nos textos. Então, o Cacalo vai deixar muita saudade, mas é um daqueles imortais.
Também emocionado, Alberto Guerra, presidente do Grêmio, que já havia dito no sábado (24) que Cacalo foi "um dos maiores dirigentes da história do Grêmio", relembrou a homenagem ao ex-dirigente em 2023. Na ocasião, Cacalo foi agraciado como patrono do Tricolor.
— Tudo que a gente fizer para ele ainda é pequeno por aquilo que ele fez por nós, gremistas. Foi bom poder, com ele em vida, reconhecer o trabalho que dedicou ao Grêmio e fico feliz de ter podido participar dessa homenagem, ver como ele estava feliz nesse dia. Sempre gostei muito da amizade dele, desfrutei disso. Ter um ídolo ao lado sempre foi muito bom, me ajudou muito nas escolhas e nas decisões — comentou, com a voz embargada, Alberto Guerra.
Entre os conhecidos do futebol gaúcho, também estiveram na cerimônia na Arena nomes como Luciano Hocsman, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Noveletto, vice-presidente da CBF, e ex-presidentes do Grêmio como Duda Kroeff, Paulo Odone e José Alberto Guerreiro. Danrlei, ex-goleiro do Grêmio, foi um dos únicos ex-jogadores presentes no velório e, abalado, não quis dar entrevistas.