A recuperação da casa gremista segue progredindo. A troca do gramado da Arena, que teve início nesta terça-feira (11), deve ser concluída até o início da próxima semana, afirmou a empresa responsável pela gestão do estádio nesta quarta. Conforme apurado por GZH, a direção do Grêmio espera que os meses de junho e julho sejam utilizados para deixar o campo em condições de jogo.
A Arena Porto-Alegrense também iniciou o processo de compra dos novos transformadores, essenciais para o funcionamento das subestações de energia do complexo, danificadas pela cheia do Guaíba e imprescindíveis para o retorno de jogos no estádio. Os equipamentos devem chegar em cerca de 60 dias.
Assim, emerge um prazo para o retorno do Grêmio à Arena, que estaria em condições a partir de agosto.
Libertadores em casa?
É possível que o primeiro jogo na Arena após a enchente seja pela Libertadores. Mesmo com a recuperação do estádio ainda em andamento, o Tricolor já elencou o estádio como sede do duelo de ida da fase mata-mata do torneio, confirmou a Conmebol nesta quarta-feira. O confronto está previsto para 13 de agosto, às 19h, contra o Fluminense. Já a decisão ocorre no dia 20, no Maracanã, com mando do atual campeão da competição continental.
Situação da Arena
Gramado
Alagado por mais de 20 dias, o campo da Arena está sendo totalmente substituído. A nova grama está sendo instalada em "rolos" e vem de uma fazenda de Santo Antônio da Patrulha. Na semana que vem, começa a semeadura da grama de inverno, "por cima" da que é colocada agora.
De acordo com o presidente da Arena Porto-Alegrense, Mauro Araújo, a semeadura da grama de inverno diretamente sobre o que havia restado do gramado, sem a troca, poderia comprometer a qualidade do campo — o gramado passou, inclusive, por análises laboratoriais.
— Em que pese todos os desafios, estamos confiantes de que o Grêmio voltará a jogar na Arena, sua casa, nos próximos meses, ainda neste ano. Tudo está sendo feito para voltarmos o mais breve possível. Dia a dia estamos trabalhando no plano de recuperação da Arena — declarou Araújo.
Subestações de energia
A Arena Porto-Alegrense instalou geradores e torres de iluminação para que a limpeza do estádio não precisasse ser interrompida por falta de energia. As subestações do local foram alagadas pela cheia do Guaíba, em maio, e o desligamento dessas estruturas ainda causa restrições. Os elevadores, por exemplo, não podem ser utilizados no momento.
— Temos três subestações que precisam ser religadas e equipadas com novos dispositivos para garantir a segurança e a eficiência de nossas operações. Aqui, a nossa decisão foi que, majoritariamente, nada ligado a questões elétricas será reparado, pelo alto risco de colapso que isso pode representar num futuro próximo. Todos os equipamentos essenciais que representem riscos para nossas operações futuras serão substituídos por equipamentos novos. Esta decisão é essencial para continuar operando os jogos com excelência e segurança — explicou Mauro Araújo.
Dinheiro
A Arena Porto-Alegrense também divulgou que aguarda a liberação das indenizações do seguro do estádio. A empresa é detentora de uma apólice que cobre danos sofridos pela Arena, inclusive durante catástrofes naturais. A liberação dos recursos depende da anuência dos bancos credores, segundo a gestora.
Depois de solicitar o seguro no final de maio, a Real Estate Venues & Entertainment Participações Ltda. (Revee), fundo credor que detém dois terços da dívida da Arena, deu anuência para a liberação. A empresa ainda aguarda o sinal verde da Carta de Anuência do Banrisul, que tem o restante da dívida.
Os gastos assumidos até agora para a recuperação do complexo foram arcados pelo Grupo Metha, holding à qual pertence a Arena Porto-Alegrense. Conforme o colunista de GZH Jocimar Farina, o seguro contratado pela Arena prevê a liberação de R$ 74 milhões. Para a realização de obras são previstos R$ 50 milhões e outros R$ 24 milhões são destinados a cobrir prejuízos causados pela interrupção das atividades.