A relação entre o Grêmio e Arena Porto-Alegrense segue conflituosa. Conforme Eduardo Gabardo, colunista de GZH, o Tricolor solicitou que os valores do seguro da Arena, atingida pela enchente, sejam depositados em juízo. Isso asseguraria, de acordo com o clube, que indenização fosse destinada somente aos reparos dos danos causados pelos alagamentos.
Tão logo a medida foi publicizada, Mauro Araújo, presidente da Arena Porto-Alegrense, criticou a ação tomada pela diretoria gremista:
— Nos causa enorme perplexidade, pois tem potencial de atrasar por meses o retorno do Grêmio à Arena, com prejuízo imensurável ao futebol. É do nosso total interesse ter a Arena em perfeitas condições o mais rápido possível, para que possamos retomar os jogos, que é a nossa atividade — destacou.
Ainda na noite de quarta-feira (19), após a derrota para o Fortaleza, Alberto Guerra, presidente do Grêmio, se manifestou a respeito da situação, rebatendo a fala de Mauro Araújo.
Nesta quinta-feira (20), por meio de uma nota publicada no site, o Tricolor se manifestou mais uma vez, citando a falta de respostas quanto a um plano de recuperação da Arena, algo que é responsabilidade da administradora do estádio.
"O Grêmio participa de 3 competições simultâneas, manda seus jogos na casa de terceiros, e não consegue planejar seu futuro em Porto Alegre exclusivamente por conta da falta de informações básicas sobre o plano de recuperação", destaca trecho da publicação.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo Grêmio
"1. Ninguém mais do que o Grêmio, seus associados e torcedores, querem o imediato retorno à Arena;
2. Todas as tentativas feitas pelo Grêmio para obter junto ao Sr. Mauro Araújo, diretor-presidente interino da Arena, informações sobre a extensão dos danos, execução de obras e serviços de reparação e, principalmente, previsão de retorno, foram frustradas;
3. O Grêmio participa de 3 competições simultâneas, manda seus jogos na casa de terceiros, e não consegue planejar seu futuro em Porto Alegre exclusivamente por conta da falta de informações básicas sobre o plano de recuperação;
4. O Grêmio tem justificado receio de que os valores da indenização do seguro da Arena tenham também outras aplicações, conforme já se viu em ocasiões anteriores, quando a direção da Arena destinou recursos para fins diferentes do seu objeto social e daqueles previstos em contrato com o Grêmio;
5. Diante desse cenário grave, pressionado pela necessidade do imediato retorno das atividades do Estádio, o Grêmio propôs medida judicial para garantir o cumprimento, pela diretoria da Arena, das regras contratuais que dão ao clube a prerrogativa de aprovar e fiscalizar a destinação dos recursos advindos da cobertura de seguro;
6. A ordem judicial não atrasará a execução das obras e serviços e tampouco a aquisição de equipamentos pela Arena, visto que é o Grêmio o maior interessado na imediata retomada de suas atividades no estádio, e que o retorno à situação de normalidade deve-se dar no menor tempo tecnicamente possível, conforme reconhecido em contrato e na decisão judical em referência;
6. A ordem judicial não atrasará a execução das obras e serviços e tampouco a aquisição de equipamentos pela Arena, visto que é o Grêmio o maior interessado na imediata retomada de suas atividades no estádio, e que o retorno à situação de normalidade deve-se dar no menor tempo tecnicamente possível, confome reconhecido em contrato e na decisão judical em referência;