Renato Portaluppi encontrou um elo entre a partida contra no Bahia, no sábado (27), pelo Brasileirão e o jogo contra o Operário-PR, na terça-feira (30), pela Copa do Brasil. A conexão não estava apenas na escalação mista colocada na derrota por 1 a 0, na Arena Fonte Nova. Estava fora de campo. Estava no apito. O que gerou mais uma manifestação de insatisfação sobre as decisões da arbitragem.
Em resumo, o que Renato disse sobre a segunda derrota seguida como visitante na competição, que deixa sua equipe na nona colocação, pode ser resumida em uma única frase.
— O Bahia mereceu ganhar — sumarizou.
De resto, o treinador gremista fez um desabafo em forma de solilóquio a cada vez que se manifestava. Foi uma verborragia que externou todo o seu desgosto em relação ao modo como a arbitragem brasileira é gerenciada. Sua bronca se sustentou em três pilares.
O primeiro foi a reclamação de duas faltas duras que não geraram advertência aos jogadores do Bahia. Também pelo pouco tempo de acréscimo dado pelo árbitro Bráulio da Silva Machado. Mas sobretudo em relação à expulsão de Diego Costa, quando o centroavante gremista já havia sido substituído e estava no banco de reservas. A indignação foi tão acentuada que o treinador fez declarações em tom de ameaça — ao fim da partida, Nathan Fernandes também recebeu o vermelho.
— Se o presidente me der uma ordem, vai só a molecada disputar o Campeonato Brasileiro. Vamos fazer os pontos necessários e botar os moleques — disparou para logo revelar. — Minha vontade é pedir demissão, tirar férias e ir para a praia.
A ira pôde ser vista ainda em campo. Assim que seu jogador foi expulso, Renato ordenou que sua comissão técnica e seus jogadores fossem com ele para o vestiário, mesmo com o jogo com minutos a jogar. Ficaram no banco de reservas apenas integrantes do departamento médico.
Além de alegar que Diego Costa não fez nada que merecesse a punição, o comandante gremista acusou que a ordem para a exclusão do centroavante partiu de Jailson Macedo, diretor de arbitragem da Federação Baiana, que estava à beira do gramado, e será o assessor de arbitragem do jogo diante do Operário..
— Tirei o time do banco para não ser expulso. Ele que apontou e mandou expulsar o Diego. Ele vai fazer o nosso jogo contra o Operário. É uma esculhambação ou não é? Ou a CBF e o (Wilson) Seneme (presidente da Comissão de Arbitragem) tomam vergonha na cara… Não é só o Grêmio que está gritando. Hoje (sábado) foi demais — disparou.
A CBF, segundo informação da Rádio Gaúcha, alega que Jailson Macedo era o delegado da partida, o que o permitia estar onde estava. O Grêmio alega que a função era desempenhada por outra pessoa.
Renato ainda fez outra ameaça.
— Levamos a sério as três competições. Estamos pagando um preço muito alto para colocar o time em campo a cada três dias. Continuar o campeonato para quê? Para ter desgaste? Perder jogadores para a Copa do Brasil ou a Libertadores?.
Em meio a tanta revolta, Renato sequer falou das estreias do goleiro Rafael Cabral, autor de duas boas defesas, e de Edenilson, substituído no intervalo da partida. Rafael é uma das substituições certas para a partida contra o Operário, pois já atuou na Copa do Brasil pelo Cruzeiro. De resto, os jogadores que atuaram diante do Estudiantes retornam ao time. A expectativa é se os garotos Nathan Fernandes e Gustavo Nunes vão ganhar oportunidades como titulares.