O São Luiz quer fazer história nesta quarta-feira (27). Pelo segundo ano consecutivo, a equipe de Ijuí disputa a decisão da Recopa Gaúcha. Justamente contra o Grêmio, em 2023, o time foi goleado na Arena e acabou ficando com o comemorado vice-campeonato. Agora, o Rubro do noroeste gaúcho pretende escrever uma história diferente.
Aliás, histórias não faltam no São Luiz. Nos últimos anos, o rubro conseguiu conquistas importantes. Em 2017, foi campeão da divisão de acesso. Em 2022 e 2023, foi conquistado o bicampeonato da Copa FGF. Conquistas que estão registradas nas paredes e no museu do Estádio 19 de Outubro.
Se o time Ijuí tem histórias é porque também tem seus personagens. E, muitas vezes, talvez na maioria delas, os heróis não entram em campo. Ficam nos bastidores realizando um trabalho fundamental para que o atleta possa estar em campo defendendo as cores do São Luiz.
Este é o caso de José Carlos Maragno Graber, 82 anos, desde 1969 trabalhando como massagista do São Luiz de Ijuí. Chamado apenas pelo apelido de Zé, ele atendeu à reportagem GZH vestindo o uniforme do clube e carregando sua inseparável maleta com os matérias que usa para atender os atletas do São Luiz. Zé Graber deixa claro o orgulho que sente por estar há tanto tempo vestindo a camisa da equipe da Baixada.
— É uma felicidade muito grande. Eu trabalho com muito amor ao clube. É a minha segunda casa — disse um emocionado são borjense, mas que desde pequeno vive em Ijuí.
Zé relembra com orgulho alguns jogadores de renome que vestiram a camisa do São Luiz e que, por consequência disso, passaram por sua mãos nestes 50 anos.
— Tivemos aqui grandes jogadores. Grandes nomes. Jânio, Polaco, Betinho... uma turma muito boa. O Betinho jogou muito com a camisa 10 do São Luiz — destacou o massagista, lembrando do meia dos anos 80 e 90 e que tem seus pés eternizados na calçada da fama do Clube.
Fundado em 20 de Fevereiro de 1938, o São Luiz tem passagens importantes na sua história de 86 anos. Uma delas envolve a seleção Brasileira que viria a ser tetracampeã mundial em 1994. No ano de 1991, mais precisamente dia 2 de julho, jogando um amistoso no Estádio Beira-Rio, o Rubro da Baixada conseguiu um empate, por 0 a 0, com o time treinado por Paulo Roberto Falcão. O elenco selecionável tinha nomes como Taffarel, Mauro Silva, Careca e, do atual técnico do próprio Grêmio, Renato Portaluppi.
— Aquele jogo está na minha memória. Um jornal de Ijuí estampou: o dia em que o São Luiz parou a seleção Brasileira. Foi emocionante. No nosso retorno, fomos aplaudidos pelo torcedor — recordou Zé.
Se para o torcedor do Grêmio a conquista de uma Recopa Gaúcha é algo quase que protocolar, o mesmo não pode ser dito para o torcedor do São Luiz. Conquistar a Recopa, e contra um gigante do futebol brasileiro, entraria para a lista de grandes feitos do Clube de Ijuí.
— Representa muito. Uma emoção muito grande. Seria fantástico ver o clube da nossa cidade conquistando esse título tão importante.
Independentemente do resultado da Recopa, o orgulhoso torcedor do São Luiz de Ijuí estará no Estádio 19 de Outubro, nesta quarta-feira (28), pronto para celebrar mais um importante jogo na história do Rubro da Baixada.