Para quem acredita na "lei do ex", o jogo contra o São Paulo, neste sábado (21), pode representar perigo ao Grêmio. Ainda mais considerando o fato de que, desde que deixou a Arena, o trio formado por Rafinha, Alisson e Luciano conseguiu dar a volta por cima e encontrou certo protagonismo no Morumbi.
O experiente lateral-direito é o maior exemplo. Alvo de críticas ao longo da campanha que culminou com o rebaixamento gremista em 2021, o jogador de 38 anos assumiu o posto de capitão são-paulino, sendo responsável por erguer a taça da Copa do Brasil há um mês. A conquista, aliás, fez com que tivesse o contrato renovado para a próxima temporada.
— Rafinha era reserva do Igor Vinicius no ano passado. Com a lesão dele, se tornou titular e um dos pilares da defesa. Havia boato de que era ruim de grupo, mas isso caiu por terra por aqui. O grupo inteiro o abraça e é visto como um líder positivo por todo mundo. Ele é tudo que o são-paulino esperava que fosse ser o Daniel Alves lá atrás — avalia o jornalista Gabriel Sá, que cobre o clube pelo portal Arquibancada Tricolor.
Mais um criticado nos tempos de Porto Alegre, Alisson também teve o vínculo estendido nesta semana. Pelas mãos do técnico Dorival Júnior, trocou até mesmo de função em campo, deixando de ser um atacante reconhecido pela entrega tática para se transformar em um segundo volante de muita movimentação e chegada na área. A mudança, inclusive, ajudou na superação de um momento pessoal delicado.
— Ele teve uma depressão muito forte e o clube deu todo o suporte. Começou jogando com o Ceni na mesma função que fazia no Grêmio, perdeu o pênalti que causou a eliminação no Paulistão para o Água Santa e ficou marcado negativamente. A torcida não queria vê-lo nem pintado de ouro. Aí chegou o Dorival e o colocou de segundo volante. Um cara de 30 anos se reinventar no futebol é uma coisa rara. Está sendo uma das peças fundamentais da temporada — pontua Sá.
Por fim, dos três, Luciano é quem ainda busca seu espaço. Trocado por Everton Cardoso em 2020, o atacante voltou a brigar pela titularidade após o afastamento de Calleri, que passou por cirurgia no tornozelo e não atua mais neste ano. Ainda assim, é o vice-artilheiro do elenco na temporada, com 11 gols marcados — três a menos do que o centroavante argentino.
— Ele sempre esteve em alta por aqui e a torcida confia nele por ter feito gols importantes, como no mata-mata contra o Corinthians, pela Copa do Brasil. Neste ano, não foi titular por um ajuste tático do Dorival e pela chegada do Lucas Moura, mas é um 12° jogador do São Paulo. Falou em tom de despedida após o título, deve estar indo embora no fim do ano, mas é considerado um ídolo pelo torcedor — concluiu o jornalista.
Todos eles devem iniciar o jogo diante do Grêmio, às 18h30min deste sábado (21), no Morumbi. Em relação à última rodada, a única troca da equipe seria o ingresso do lateral-esquerdo Welington no lugar de Caio Paulista, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Além disso, há a chance de James Rodríguez, que está de volta da seleção colombiana, ser usado como dupla de Lucas Moura, tirando Luciano.
O time deve atuar com: Rafael; Rafinha, Diego Costa, Beraldo e Welington; Pablo Maia, Alisson, Rodrigo Nestor e Wellington Rato; Lucas Moura e Luciano (James Rodríguez).
Classificado para a Libertadores do ano que vem graças à conquista da Copa do Brasil, o São Paulo usará as últimas rodadas do Brasileirão para se garantir na Série A. Atualmente, o clube ocupa o 11° lugar, a apenas cinco pontos do Z-4.